Nos cascos


Fico estranha quando adoeço de corpo. Vejo-me forte, galopando em paragens verdes, maravilhosas, crinas ao vento. Ninguém me pega!

Sob os cascos, a areia cede à minha impulsividade. Sou forte, bela, dorso brilhando pelo suor não sentido. Desejada por olhares infinitamente maliciosos.

Fico assim, nas patas traseiras, desafiando a física e a autoridade do homem. Quando forte e ágil desejo de fortuna e fama. Uma vez machucada, estorvo. Nada mais me resta a não ser o sacrifício.

De volta, abatida em duas pernas trêmulas, sou humana de novo, sem o vento da liberdade, presa ao leito com uma vontade enorme de trotar. Ao largo, sem o verde e o brilho da fama.

O que muda o seu humor?

Onze pensadores responderam à enquete, que permite escolher mais de uma resposta. Sendo assim, três (27%) consideram que o humor muda a partir da alegria do outro; outros três que a tristeza influencia.

A maioria muda de humor devido à indiferença do outro. Foram seis votos correspondendo a 54% das respostas.

A liseira foi o item menos votado, apenas dois (18%) assinalaram, o mesmo número para quem disse ter o humor estável, que nenhuma das situações são capazes de mudar.

Para não apenas ler


Leitura não é passatempo e, se for, vai o tempo em que a ignorância me dava prazer, por pura pretensão de ser, de estar. Acabo de ler Rubem Alves em um dos muitos momentos especiais de sua lucidez.


A expectativa de uma relação pode ir muito além do que se espera e do tempero que alimenta o tal amor, que juramos ter. É bom ler Rubem Alves, que toca fundo na alma e faz suplantar o que mais escondemos, por puro medo de continuar.


Nós, metidos a poeta, rimamos amor com dor, para reprimir, reduzir a quatro letras, sem saber contar os fonemas, de quantos suspiros são necessários para conter a lágrima.


Rimar amor com dor é um caminho, cujos atalhos nos surpreendem com rompimentos precoces, de um estágio imaturo para quem tem tudo a ganhar.


O sentir


"Não somos o que pensamos e, muito menos, o que o outro pensa. Somos o que sentimos", afirma um espírito amigo. Estava lendo há pouco a notícia que trata da morte de um rapaz, moço ainda, que trafegava na contra-mão na rodovia Castello Branco, em São Paulo.


Não havia razões aparentes, comentam amigos e familiares. A gente sempre socorre para o que "sabemos" com relação aos outros. São os apelos nossos em busca de entender o que não é revelado, com prontidão, para aliviar as nossas dores.

Enquanto a dúvida permanece, resta-nos muito tempo para se fazer compreender. Para que não continuemos indiferentes ao sentimento do outro.


Solar

Sabe aqueles dias em que você se subestima?  Carrega pensamentos sombrios, que só fortalecem o pessimismo? Pois é, de vez em quando eu me as...