Ontem



Costumo pensar que o hoje é apenas um intervalo. 

Um pé no passado e outro flutando no futuro. 

Pensar no dia seguinte é perder o chão do pé, 

Em muitos momentos da vida. segurei instantes.

Ontem, tive anos iniciados, engatinhados, puláveis, corridos...

Ontem, olhei para um futuro ansiado. 

Será que desejado, mesmo?

Ontem, sofri o que não teria talvez em tempo recorde.

Hoje, sem ontem não sobreviveria. 

Quantos ontem necessitei crescer... 

E quantos amanhãs vou necessitar para alçar os voos em cujas asas fortaleço na fé?

Ah..  o amanhã sem ontem, não aconteceria.

Infinita poesia



 Vejo com espanto o tempo distante que por aqui estive. Como é fácil deixar ao largo da memória o que satisfaz por um determinado tempo. Desde o início da pandemia que me isolei das letras carregadas da poesia que me acompanhava.

A poesia não morre. Graças a Deus! E aqui estou teclando no intervalo dos fatos pandêmicos  - alertas para um final que não se deseja. 

É possível poetizar o momento? Creio que sim. Os poetas já contemplaram a dor como diva inspiradora.

Eu creio em cores, na Natureza que nos cerca e nos alimenta com o prenúncio de que tudo um dia vai passar. E seremos, então, o que restou das ruidosas mentes prisioneiras da contemplação.

Narcélio, a vitrine que espelha

 "Quero morrer trabalhando. Não aposentarei atividades. O rádio é a minha vida". Frases repetidas, inúmeras vezes pelo amigo Narcé...