Se deixar, o vento leva!

 De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço. 

É tão bom ler o meu pensar de alguns anos. 

Este blog tem me acompanhado. 

As letras formam imagens na minha cabeça e lá vão os pensamentos evoluindo. 

Se eu tivesse disposição para escrever tudo o que me chega! ah.... eu necessitaria de muito mais tempo para isso. 

Mas, não vou me atrever e seguir nesse trem louco que hoje estamos sobrevivendo. 

Fico na estação vendo as máquinas voarem e me imagino agarrando-me numa das portas e, como num desenho animado, deformo-me com a força do ar. 


O pensar é um companheiro e tanto! 

Em busca do meu discurso

O meu pensar é tão latejante: não me dá sossego. E a vontade enorme de deitar tudo neste espaço, muitas vezes me consome. Então, por que não faço isso? 

Pode-se dizer que sofro com empecilhos, noias, preguiça ou até mesmo dor no ombro.... e dói mesmo! 

Já apostei muito nessa vontade de escrever. Aos 15 anos, escrevi o primeiro romance não publicado porque está perdido. Guardo as personagens comigo porque são inúmeras EUs. 

Será que daria para
fugir de mim e criar pessoas outras? Como se sente assim o escritor, no momento de criação?

Nem sempre me "senti" autora. Na maioria dos momentos escreventes "alguém" dita. 




Quebrar é bom?


 Estava cismando o pensar na frase que lateja: "vou nem que me lasque". 

Este mantra(?) carreguei por muito tempo. E não é que me lasquei! Não no sentido de quebrar, mas de empenar. 

Eu sou assim, fico empenada em momentos turvos. 

O meu pensar é tão - como dizer - ligeiro demais, que nem sempre o alcanço. Mas, de vez em quando, empenada, consigo distraí-lo e sinto-o com mais intensidade. 

Quem dera que tudo se resolvesse dentro da minha lógica. 

Não que eu me considere tão racional. Sou mais do tipo que "viaja" mas não me perco, porque a âncora que me prende à razão, não me deixa largar à tona as ideias mirabolantes minhas. 

Portanto, o "nem que me lasque" pode ser interpretado como uma intrepidez diante do assombro dos muitos que me rodeiam. Afinal, as joias para encantarem precisam ter suas pedras lascadas.  

Sinergia

Acabei de viver momentos especiais. Reuni três amigas que os atalhos da vida (serão mesmo?) me trouxeram. 

Foram tantos assuntos, que democraticamente, conseguimos por em dia, a realidade de cada uma: idade, emprego, relacionamentos, dinheiro, conflitos, família, tranquilidade... Nessa maratona, acredito que nós não nos perdemos. 

É claro, que o meu humor brincalhão se fez presente, porque, afinal "rir é o melhor remédio". Dos muitos temas aflorados, a maioria mereceu relatos profundos. E não é assim que nos motivamos nas reuniões?

Nada é mais prazeroso do que o contato, a troca de energia, os olhares curiosos, de admiração, de concordância, de espanto, de afirmação, de aplauso e de muito agradecimento. Sim, percebemos que a gratidão é o sentimento que sempre buscamos. E não há vazio que ele não preencha. Luz, amigas!
 

 

Saudade versus lembrança

Ter saudades ou boas lembranças? 

Quedar-se sobre os ombros da maturidade me faz refletir, sempre. Estava assim cismando o pensar,  ouvindo músicas que me embalaram em salões, na rede, no abraço, no aconchego de mim mesma.

Saudade dói, então, hora de despachá-la para o canto adormecido do passado. 

Já as boas lembranças, essas sim, merecem cultivo. 

Sei que preciso saber quais flores plantar, qual verde espelhar. A rega é permanente, assim como o sol que seca.

Razão e coração

 A razão cala a voz que o coração reconhece. Este pensamento me veio hoje a acordar a mente. E, no banco de memórias, rebusquei o que me valia de esperanças, de contentamentos, de alívios em muitas emoções tumultuadas minhas. 

O que guardo nesse banco? pessoas, infinitos momentos de abraços, acolhimentos, recusas.... Há poeira na memória do meu tempo que se quedou calado. No compartimento das aflições me pego em lágrimas. Ah! as dores da minha alma que me sacodem e mostram o riso. Oh, o riso... quantas vezes mascarei-me só para não ter que ver a tristeza que me assomava.

Psicólogos, coachees nos convidam para esquecermos o que nos acorrenta em abismos da nostalgia. E, me pergunto: eles conseguem? Acredito, hoje, sei que o meu banco, a minha poupança de lembranças - muitas esquecidas, de fato - sou eu. E por que eu me descartaria? 

A pena


Ao observar uma pena, que se entregou ao vento, sigo com o olhar e tento esvaziar a mente. 

E se eu fosse a pena, flutuaria no espaço sem a nada me agarrar. 

Solta! 

Dançaria sem música, apenas no movimento da leveza. 

Sem medo de cair, caso o vento parasse de soprar. 

Não teria sentidos... 

Apenas flutuaria sem a existência pesarosa. 

Seria linda, branca sem matizes, 

sem arrepios... 

Valeria à pena, se eu fosse uma pena?

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...