Chuva de lixo


Sou natural de uma terra de pessoas valentes, dispostas e crentes em mudança. Contudo, ainda não sabemos lidar com o clima. E isso, pelo que se sente, é comum na Terra. Somos do semi-árido. As chuvas ocasionais nos proporcionam alegria e transtornos.


Esse discurso cansa. Assim como cansados estão os que moram em lugares considerados de risco. As famosas áreas de riscos. Só que as águas de março vão muito mais além. Ontem, a chuva maior do ano, que banhou a Cidade com um gosto incrível, provocou desassossego. Tantos "esses" nessa palavra não causam em nós ainda despertar para o tamanho necessário de cuidados.


As galerias por onde deveriam escoar a água em excesso - até parece meio louco afirmar que no Ceará chove em excesso - estão com o caminho obstruído por lixo. Veja só. Então o problema nunca é provocado pelas bem vindas chuvas, mas por nós que não sabemos também lidar com os restos, com as sobras...


Nem preciso sair pela Cidade para constatar o quanto somos ingratos com relação a nossa casa. No quarteirão da rua onde moro, as ruas são tomadas de lixo e não é porque não exista coleta, ela está no calendário, cumprindo o seu cronograma. No entanto, não dá para vencer a insana deslealdade de jogar no mato - que hoje é a calçada, a rua - as sobras de casa.


Enquanto isso, a natureza continua cumprindo a sua lei natural.

Feijão com arroz: o prato que deu certo!



O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome lançou, em dezembro do ano passado, a campanha permanente Brasil que Dá Gosto. A intenção é a cada ano mostrar a população a importância sobre a educação alimentar. Neste ano o foco será o arroz e o feijão, dois alimentos que possuem uma importante combinação nutritiva.


Como sempre me ocorre, o pensar voa no tempo em marcha a ré. Vejo-me menina, fazendo bico para não comer o feijão de corda. Era coisa de pobre. E o que diabo eu era? A mesma rejeição se repetia diante do prato de sopa e de peixe. Aí não eram mais coisas de pobre no meu pensar infantil, mas era porque danadinha, ganhava as ruas e ficava com uma fome enorme e demorava a dormir.


Até hoje não sei porque cargas d'água o feijão verde - o disputado prato da atualidade - era objeto de pouca estima para mim.


Hoje, como feijão com arroz e me sinto ricamente alimentada pela consciência da consistência desses dois produtos.


Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...