Quis dançar só
A respeito da dor
Não é como se diria em alguns casos de tragédia: "Eu sei como você se
sente". Nesse caso, em especial, não dá para saber. A tragédia com o menino João
Hélio Fernandes - que morreu na última quarta-feira, 7, no Rio de Janeiro,
arrastado pelo cinto de segurança, do lado de fora do carro da mãe, guiado por
assaltantes - é abominável demais para se ter qualquer noção da dor que os pais
dessa jovem criança sentem ao lembrar do episódio. Episódio este, como reportou
a Imprensa, (até então), "uma quarta-feira normal".
Lia a matéria estarrecida, amedrontada, exceto por um detalhe, que me deu
conforto e me fez (mais ainda) acreditar que o menino tão querido daquela
família, está bem, onde estiver agora. Pouco antes do momento do assalto, eis
que a mãe de João Hélio, mais os dois filhos, voltava de um centro espírita.
Espírita ou não, a comerciante Rosa Fernandes acredita (ou busca acreditar) numa
existência muito além desta e, talvez, numa lei, divina, que governa este
planeta.
Esse foi o meu consolo. Porque, apesar de toda a dor que a família de João
Hélio possa sentir agora, Rosa sabe, no fundo, que Deus vela por seu menino.
Conhecimento nenhum, desta vida, explicaria o porquê de uma morte tão violenta -
a lembrar o saldo de uma guerra impensada, irrefletida e violenta, que sai
massacrando tudo e todos.
A Doutrina dos Espíritos explicaria, decerto, que as ações deste mundo são
resultado de situações vividas anteriormente e que não há crime sem punição. E
que, ainda, não há culpa que se estenda pela eternidade, ou seja, não há delito,
nem algoz, que não mereça perdão, por pior que tenha sido o crime.
É certo, então, que esta tragédia é motivo para reforçar a fé dos pais de
João Hélio e não para alimentar vingança. Motivo também para trabalhar pela
modificação desse quadro de caos que assola o País, que perdeu o referencial de
segurança. Ninguém está mais seguro em lugar nenhum. Somente, quando se reporta
à crença, ao lugarzinho na consciência, que ascende para o velar de uma força
muito superior a nós todos e que nos espera chegar ao dia em que não mais nos
violentaremos e somente colheremos os frutos do amor plantado pelas esferas.
Beleza, segundo Joana
"Reserva um breve espaço de tempo entre os teus deveres para a beleza.
Desperta cedo, a fim de acompanhar o nascer do dia, embriagando-te com a
pujança da luz.
Caminha por um bosque, silenciosamente, aspirando o ar da Natureza.
Movimenta-te numa praia deserta e reflexiona em torno da grandiosidade do
mar.
Contempla uma noite estrelada e faze mudas interrogações.
Contempla uma rosa em pleno desabrochar...
Detém-te ao lado de uma criança inocente...
Conversa com um ancião tranqüilo...
Abre-te à beleza que há em tudo e adorna-te com ela."[Joanna de Ângelis]
Pois é, isto é a beleza, que tanto reclamamos, buscamos em frente ao espelho...
Na sala de cirurgia;
Nas praias lotadas e sol escaldante com olhos semi-fechados por conta da claridade...
Mente embotada pelo álcool
Esquecidos do verde das árvores que purificam o ar, plantadas e replantadas nas avenidas de chão preto...
Nas salas, onde conversar é proibido porque a estória da médica Helena, que escondeu a filha da outra, tem problemas de consciência...
Nos quartos solitários, janelas fechadas para não entrar muriçoca, barrando o céu de estrelas loucas por um olhar humano...
Nos presídios, onde o infinito do céu se confunde com a sentença e o homem goza de um prazer estranho, alimentado na vingança...
Enquanto isso, aumentamos os gastos com os produtos da cosmética. Ilusão nossa. A beleza não se mascara.
Narcélio, a vitrine que espelha
"Quero morrer trabalhando. Não aposentarei atividades. O rádio é a minha vida". Frases repetidas, inúmeras vezes pelo amigo Narcé...
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Desde o segundo descasamento muitas pessoas me perguntam: está sozinha? A resposta às vezes demora, não porque não a identifique, mas porqu...
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"Quero morrer trabalhando. Não aposentarei atividades. O rádio é a minha vida". Frases repetidas, inúmeras vezes pelo amigo Narcé...
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De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço. É tão bom ler o meu pensar de alguns anos. Este blog tem me acompanha...