Mundo adentro



Com um clique, aciono o mundo diante dos meus olhos, todos os dias. Contudo, limito a pesquisa aos jornais locais e nacionais, numa resposta imediata que necessito para desenvolver o trabalho. Não mais folheio jornais tocando em suas páginas de papel, nem sinto o cheiro da tinta da impressão.


O digital invadiu o meu ser e muitas vezes, confunde e cansa o pensar diante de páginas rápidas, coloridas, que poluem o olhar. Percebe-se a concorrência pelo tempo. Passou a fase da informação imediata ser instrumento único do rádio. Todos os jornais, com raríssimas exceções estão virtualizados, num dinamismo que confere medidas diante do pensamento.


Pelo instrumento excelente da internet, o mundo se desfaz e se constrói a cada segundo. Num piscar de olhos, você pode satisfazer qualquer tipo de desejo. Diante do computador eu manipulo e sou manipulada. Nunca a informação foi tão massificante. E como tudo neste mundo pode ser perigo, depende do que se busca. Da informação que permite crescer e a que compromete a moral.


Em nome da liberdade de expressão ( ou libertinagem?) tudo é permitido. Com isso, sofremos assédio pela enxurrada de informações que se repetem de fatos mais trash com relação aos homens de todos os dias, repletos dos males do mundo, que insistimos cultuar.


Criança


As crianças são as grandes vitoriosas da vida. Antes do nascimento são alvo das indecisões dos pais. Uma vez no ventre, correm sérios riscos. E não são poucos desde os fatores biológicos a ação violenta do aborto.
Depois, prontas para nascerem enfrentam as filas nos postos de saúde, nas maternidades superlotadas. Uma vez no colo, nem sempre têm o leite humano no seio materno.


Meses depois quando mais cheiinhas e com o sorriso nos olhos - quando criança é assim que sorrimos - podem ser convites para os instintos mais escabrosos dos que se comprazem com os atos mais vis: a pedofilia.


Ser criança, é antes de tudo um centro de redenção. Têm voz, que nem sempre escutada, irrita os que se esqueceram dessa fase primeira, que poderia nos transformar em pessoas mais ternas.

É preciso, ou melhor, urge defender a vida desde o princípio. É absolutamente necessário auscultar os nossos sentimentos quando olhamos para um feto, para um bebê, uma criança com toda a sua ignorância de vida e angelitude.


Por isso, aplaudo sem timidez todas as políticas que vão lhe permitir o desenvolvimento. Lamento pelos que vaiaram os deputados ao rejeitarem a legalização do aborto.


A cidade dormiu mal e acordou com ressaca. Filas intermináveis de veículos, que causa espanto para quem não tem costume: De onde vem tanto carro? Escuto alguém reclamando dentro do conforto do carro, com ar - condicionado. E eu: reclama de quem? Enquanto leio o jornal O Povo numa cobertura completa sobre o caos que se tornou Fortaleza com a greve dos motoristas. Num dos flagrantes, imagens de pessoas dormindo dentro dos ônibus parados nos terminais porque não tinham como voltar para casa.



A gente entende a necessidade de exorbitar(?!), mas existe algo mais transtornante? Vida de motorista de coletivo não é fácil. E é fácil ser usuário do transporte? Pendurado todos os dias nos ônibus, desconforto é pouco para definir. Horas acordando mais cedo para dar tempo de chegar ao trabalho sem alvoroço.

E agora? como voltar para casa? Pensamento angustiado de muitos que sem dinheiro, tinham deixado filhos à espera do jantar.

Rotina é crescimento

Rotina é a repetição do que se faz todos os dias, por tempo ilimitado. Cabe a nós torná-la mais viva, colorida, intensa! Isso, porque a malvada é apontada como vilã da nossa história de vida. Quando um relacionamento, por exemplo, esfria, foi culpa de quem? Da rotina.

Acontece que quando sentimos uma atração muito forte por alguém, o que mais se deseja é ficar colado. Aqui, peço licença ao poeta Belchior que diz bem a situação dos amantes: eu quero gozar no teu céu, pode ser no teu inferno. Palavras de ordem da paixão, sem você não vivo, esfriam. Porque tem aqueles dias que gente é demais perto da gente.


Há outros dias que é preciso estar consigo. Mergulhar no self, esquecer o espelho da imagem emprestada. Querer se conhecer e jogar toda a emoção para fora. E quem agüenta a enxurrada?


A culpa não é da rotina é do namoro rotineiro com pieguices. É do disfarce que apresentamos no momento da conquista. Quando o love deixa de ser o prêmio desejado, ele vira gente. Gente que dorme e ronca; que gosta de roer unhas, tem o hábito de não ouvir o que se diz; que bate porta; que encharca o banheiro, esquece a tampa da privada levantada; esquece a data do aniversário, e que nos ama da forma que a gente não sonha.

É para educar


Declarações a respeito da educação no Brasil geram controvérsias e temor. Digo isso depois de assistir denúncia no Fantástico ontem: Crianças resolverem sem dificuldade provas de seleção de alguns cursos superiores no país.


A princípio, é para se comemorar o crescente número de faculdades, afinal é tanta a nossa necessidade de educação, mas como dizia Bussunda fala sério! E não adianta querer botar a culpa no estudante, não!


Eu já manifestei neste espaço a minha preocupação com relação ao tema. Isso, porque saem desses redutos educacionais os profissionais, que vão garantir o engrandecimento de todos nós.

Percebo que os investimentos financeiros nem sempre correspondem às necessidades mais urgentes dos professores, mestres e estudantes. Contudo, por que piorar mais ainda a nossa educação?


Se há apenas o interesse em manter uma sala de aula cheia de estudantes iludidos, urge medidas mais rigorosas no momento de permitir que essas escolas continuem.



Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...