Binoca


Você não faz idéia colega internauta da minha admiração ao ler hoje no Jornal O povo, a seção Há 75 anos! Fala da inauguração da Binoca, uma loja exclusivamente feminina. O lançamento da tal loja, há 30 anos, mereceu até show da cantora Ângela Maria, a sapoti.


Não fui à inauguração, estava ocupada, mas aproveitei os preços de lançamento, sem o menor constrangimento ao ouvir comentários de que roupas de lojas de departamento não são chiques.


Aos 20 anos, você quer andar na moda, sem se tocar no mau gosto de muitos estilistas, que nos convencem até de usar jeans rasgados.

Mas, a Binoca fez parte dos meus sonhos dos vinte anos, assim como das decisões que tive que tomar naquele período e que hoje tento administrar.
Dizem que sou consumista. É uma leitura superficial de olhar para a mulher que é provedora.

Quero cultura brasileira

Mais uma vez, tive a oportunidade - que espero não ser única - de ouvir Ariano Suassuna. É um resgate da cultura brasileira para os que teimam em dizer que somos meros copiadores. O melhor de tudo é saber também que não estamos sós. Ouvir alguém, que a despeito de tudo, tem ciência da cultura do brasileiro, que nem sempre tem acesso à escola, é no mínimo, um prazer sem volta.



O mestre da cultura falava-nos sobre um tema que domina. E quem vai contestar o homem que sua própria figura traduz respeito? Na verdade, o que mais gostei foi a sua crítica ao banho de falta de cultura que os jovens de hoje convivem: a música - se é que se pode chamar assim - que as rádios insistem em colocar no ar e ainda têm a prepotência de afirmar que é preferência nacional.

Quer saber? já é tempo de os meios de comunicação deste país levarem a sério os que realmente são sérios. Na terra de Chico Buarque e de tantos outros compositores maravilhosos, faça-me favor: tire o lixo do ar. Ah, tá, você vai me dizer que há liberdade de expressão. E quanto a liberdade de poder ouvir música de verdade?

Não tem preço


Muitas vezes reclamamos que as coisas se resolvem na moita - expressão para mostrar o que não é mostrado. E, de muitas outras porque a psicoadaptação colabora para a indiferença. Por exemplo: o que ocorre em Brasília parece não mudar a rotina dos trabalhadores desta pátria nossa. Também, fazer o quê? A vida continua.

Todos os dias os ônibus levam - para não dizer, carregam - homens, mulheres e crianças de um lugar para outro sempre superlotados; as filas nos hospitais permanecem enormes, ganhando mais ou menos os profissionais de saúde.

As ruas continuam sujas por transeuntes ou motoristas, que são multados porque usam o celular enquanto dirigem ou tentam ultrapassagens violentas, ou mesmo avançam o sinal vermelho.

Os aposentados continuam em prece, agradecendo a nova do governo, que lhe permite continuar devendo muito aos bancos: os empréstimos consignados com descontos em folha, parecem mesmo para eles, o milagre que necessitavam.

Os computadores continuam sendo invadidos por hackers e os bancos continuam cobrando a CPMF. Pois é, é uma dívida que tenho e nem pedi. Aqui é assim: o que se pede não é atendido, mas em contrapartida, se tem o que não se pede, o que não se quer. Depois dizem que no mundo capitalista, a liberdade não tem preço.

Eclipsar


Estava mirando a imagem ao lado, flagrante registrada na Uol.

O Pensar cisma no tempo e no espaço em busca de entendimento. Quantas vezes idéias vêm a luz, brotam ações que continuam obscuras por timidez ou por temer incautos sustos.

Hoje cedo, intermpelaram-me com relação à timidez. Aprendi que a emoção, fruto do orgulho, se manifesta evitando mostrar-me humana, ser falível, portanto.

Lembrei que em muitas ocasiões julguei ter perdido chances por conta do eclipse da timidez, que julgava à época, como dispositivo protetor. Não via que por trás agia o monstro do orgulho, que supunha virtude.

Eclipsar a luz das boas ações é tornar noite, obscurecer as oportunidades, que outros esperam fluir em mim, para modelo ser de outras gerações que surgem em meu lar.

Promessas do tempo


Enquanto aguardava a minha vez de "pegar" uma matéria, olhava o recinto que nos abrigou. Tirei os olhos da tela do monitor e fiquei explorando a mesa improvisada que nos emprestaram, que era, na verdade, uma bancada para estudantes.


Marcas de uso como manchas de tinta de canetas e rabiscos que os adolescentes marcam território no início da exploração da paixão: Fernando e Flávia. A linguagem nossa tem sua razão de ser no momento em que nos desperta os sentimentos.


Bem diferente do que pensa a direção da escola, considerando o estudante um vândalo por danificar patrimônio escolar. Ali nos reservamos para espalhar pelo mundo afora o que dentro de nós grita por liberdade: o anseio do amar ainda semente, doido para explodir.


Quanta promessa encerram os nomes conjugados na moldura de um tosco desenho de um coração! Quanto cresce a alma desejosa da liberdade que só o amor permite.


Voltei no tempo, lembrando os meus momentos de grafiteira das paredes dos banheiros da escola, que eu fazia bem pequeno num cantinho para não chamar a atenção. Naquela época eu achava que pequenos delitos mereciam pequenas penas.


Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...