Brilhe


Que brilhe vossa luz! para esta festa não é necessário exibir convite e pode levar quem quiser consigo. Ninguém vai lhe barrar na entrada a não ser você mesmo. É permitido qualquer traje, de qualquer cor. Não é necessário combinar cores e marcas de sapatos e acessórios. O enfeite é você quem dá.


Ninguém vai reparar se está repetindo aquele vestido básico de sair à noite. Também ninguém vai lhe cobrar maior atenção e sorrisos. Para brilhar é preciso lembrar que a iluminação está dentro de si. Que os olhos podem até refletir as sombras do medo de um passado ainda presente.


Pode sentar em qualquer lugar, todos os espaços estão reservados para a elevação. O alimento será servido por igual aos presentes, e cabe a você a medida. Mate a sede, sorva líquido do conhecimento que vai nos libertar.


O convite que você não exibiu na entrada ofereça para a primeira pessoa que cruzar o seu caminho. Propague a idéia. Não mate a luz. Distribua lâmpadas e interruptores e ensine a usar. Assim, a sua luz vai brilhar!

Sob o pôr do sol



Estava olhando e aceitando o convite da uol para escolher a melhor foto e nem titubiei ao lembrar a mulher que sempre admirei, Benazir Bhutto, morta hoje, enquanto defendia suas idéias.

A imagem mostra a arma humana e a humana arma, apesar de um lindo pôr de sol formado pelo Criador. Fico pensando o que seria de nós se a lei universal seguisse a nossa ignorância diante da criação.

Brigamos pelo que acreditamos, e as razões são sempre tão inócuas diante de tanta beleza. Costumamos achar belo o extraordinário cenário que compõe o universo, tão decantado e tão desconhecido nosso.

O homem bélico querendo matar o que não acredita e morrendo para dar crédito. Quanta incoerência. O sol levanta e se põe e nós continuamos aqui agachados, tímidos, presos à ignorância e deixando a pretensão ganhar espaço!

Previsões


O que você tem feito para encurtar o tempo, a distância, o humor das pessoas que julga amar? Quando estamos estremecidos pedimos um tempo...


Quando ficar por perto é um incômodo, saímos de casa, evitamos andar nos mesmos lugares, conversar com os amigos comuns. É uma gastura conviver com pessoas que já não nos dizem nada. Também caso falem, não lhe daremos ouvidos. Estou usando a primeira pessoa do plural porque todo mundo que conheço age assim.


Euzinha costumo agir assim. Esse leriado todo é porque estou me despedindo do 2007, que mais uma vez, foi um ano enriquecedor. Que corri, falei baixinho _ coisa rara no meu cotidiano - gritei, veja só, ainda achei pouco. Também só pensei e não disse e, muitas vezes, falei sem pensar, forma de dizer o que vem a mente sem passar pelo ISO do juízo.


Em 2008 eu também espero repetir algumas atividades do pensar. Por exemplo: se já estava me despedindo da ocupação prévia - a tal preocupação - a partir de agora, não vou dar um tempo, vou mesmo dar um fora na preocupação. Nada de ficar remoendo lembranças antigas também querendo repará-las. É, a gente faz isso.


E quer saber? o meu melhor presente é o presente.

Cearensidade


Tem muita gente que reclama do consumismo nesse período. Desde a roupa aos produtos que vão à mesa na ceia natalina estão fora dos padrões do cearense. Quer dizer: não levamos para mesa, com exceção da farinha, os pratos típicos nossos. Mas, não podemos esquecer de alguns têrmos que temperam o leriado à mesa. Nesse momento, ninguém é mais cearense.


Acabei de receber uma lista de expressões do povo da terra. Gostei tanto que vou dividir aqui com você.


Cearense não briga ... ele risca a faca

Cearense não vai a festa ... ele cai na gandaia

Cearense não vai com sede ao pote ... ele vai dicumforça!


Cearense não vai embora... ele vai pegá o beco

Cearense não conserta ... ele dá uma guaribada

Cearense não bate ... ele senta o sarrafo


Cearense não sai para confusão... ele sai pro balai de gato

Cearense não bebe um drinque ... ele toma uma

Cearense não joga fora ... ele rebola no mato


Cearense não é sortudo... ele é cagado

Cearense não discute ... ele bota boneco

Cearense não corre ... ele faz carreira


Cearense não ri .. ele se abre

Cearense não brinca ..ele fresca

Cearense não compra garrafinha de cachaça... ele compra um celular


Cearense não toma água com açúcar .. ele toma garapa

Cearense não calça as sandálias ... ele calça as opercata

Cearense não morre... ele bate a biela


Cearense não exagera ... ele alopra

Cearense não percebe .. ele dá fé

Cearense não vigia as coisas... ele pastora


Cearense não vê destruição .. ele vê só o distroço

Cearense não sai apressado ... ele sai desembestado

Cearense não observa... ele passa os pano


Cearense não agarra a mulher ... ele arroxa

Cearense não dá volta ... ele arrudeia

Cearense não serve almoço ... ele bota o dicumê na mesa


Cearense não espera um minuto ... ele espera um pedaço.

Ser cearense é ser único. Peense num orgulho véi besta!!!


É claro que tem muito mais. Confira!

Abraço


Estava outra vez numa festa de confraternização, degustando salgadinhos finos - por isso mesmo exagerei - e para dizer que não falava apenas de trabalho, perguntei a um amigo de trabalho e de convivências casuais, por uma pessoa merecedora de muita afeição. O amigo me olhou: Não vou lhe contar porque hoje não é momento para dar notícias trites.

Não precisou completar a informação. Arrisquei: ele morreu?


Agora, pela manhã descrevi para uma amiga a última vez que o vi. Estava no casamento do amigo comum, correndo atrás do meu filho pequeno, que insistia jogar fora o que tinha na pequena bolsa, quando o vi pela última vez. Não reconheci de imediato e não sei até agora porque não falei. Quedei ali, diante dele. É estranho - não sei se bem esta é a palavra - reencontrar uma pessoa que preencheu o meu tempo por um determinado período; que me despertou sentimentos não amadurecidos ainda, desconhecidos até....


O primeiro namorado nunca deixa de ser, assim como o segundo e os que vêm a seguir. Mas, é o primeiro no encanto da juventude, da intrepidez, das emoções sem muito controle e da paixão que sacode com tanta violência, que quase sufoca sentimentos mais duradouros.


Agora, você de retorno ao mundo espiritual, o meu carinho em forma de luz - ainda tênue por conta da minha ignorância na força universal - receba o abraço que não dei.

Porque você percebe a vida


Você amadurece quando passa a ignorar situações que já foram motivos de aborrecimentos e que hoje, no máximo, merecem comentários efêmeros.


Você cresce quando percebe que os grandes objetivos são apenas degraus de um longo caminho.


Você aparece quando o sorriso é o seu cartão de visita. Quando baixa a bola diante do orgulho, impecilho das grandes ações.


Você desaparece quando se fecha e culpa as pessoas por seu insucesso;

quando deixa para trás o que deveria estar ao seu lado como os amigos, tentáculos da razão, da tranqüilidade.


Eu fico assim nesse período. Gestação de apenas um mês, sentindo um enorme prazer em abraçar e ganhar um afago. É o apelo da humanidade, que ganha o nome de Natal.

Vamos encher a cesta de Natal


Fala-se em renovação; em fraternidade, solidariedade, amizade, aproximação. São convites para aproveitar para também nos livrar dos melindres, das mágoas - mesmo que demorem a passar - das indecisões, da má vontade....
O que você colocaria na cesta de Natal ao lado? Vamos enchê-la!

Dá pra correr?


Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Chavão oportuno para comentar sobre os humores da economia do País, depois que o Senado atendeu ao apelo de muitos brasileiros e rejeitou a prorrogação da CPMF. Pois é, e agora?


Lembro que muitas vezes reclamei da tal cobrança, que não importando o quanto eu tivesse que gastar, ou pagar, ou ainda, investir, lá estava o desconto compulsório, com uma pontualidade matemática lógica, precisa, mas longe de atender para que veio.


A contribuição, que era para ser provisória, ficou por um bom tempo, acalentada por várias razões e um dia - porque tudo tem um dia, um prazo de validade - ao invés de terminar, é rejeitada. O diabo é a palavra rejeição, que veio completar uma campanha de socorro para saúde no País, mas que foi rejeitada com uma doença ruim, de longa duração.


Quase lamentei o fim da CPMF, mas não era provisória? Este não foi o argumento para sua criação? Agora, quando for retirar dinheiro no caixa eletrônico não lerei mais o aviso de um desconto futuro - aliás, que satisfação sem conforto - no papel amarelo.


O pior, é que logo vem os analistas financeiros falando que o mal é necessário e que outros inventores econômicos já estão se preparando para dobrar o que já somos constrangidos a pagar. É como fazer favor para preguiçoso: vira obrigação.


Eu queria tanto, em muitos momentos meus, não entender o que falam, o que dizem. O diabo - e a neurolinguistica explica - sempre escuto o que não diz o repórter; sempre leio o que não escreve o redator e sempre vejo o que não mostra o âncora do telejornal. É isso: entrelinhas, linguagem sublimar.

O valor da mensagem


Gosto do mês de dezembro mesmo com tudo o que representa na questão consumista. Mas, o que mais quero curtir é o momento, que dura 31 dias, de querer chegar mais próximo, até mesmo daquelas pessoas que a nossa intolerância desafia a distância física.


Neste período costumamos enviar mensagens, que se não representam o nosso mais íntimo desejo, pelo menos é uma tentativa de dizer que a mágoa já não mais existe. Que a inveja está mudando; que a raiva já passou e que é possível sorrir diante do azedume, sem desmascarar a dor que lateja e faz chorar.


Recebo muitas mensagens que me convidam a pensar, a refletir, a desejar o bem, o melhor para o "autor" dos pensamentos. Gostamos de copiar palavras que expressam sentimentos, que não se expressam expontaneamente.


Lembro que na adolescência era assediada por amigos - porque tinha facilidade de escrever - para colocar no papel o que eles sentiam, mas que não conseguiam expressar nas letras.


Percebi desde cedo que costumo ser mais suave ao escrever do que ao falar, a começar pelo timbre de voz. Aqui sempre busco defesa: não sou grossa. Sou enfática ao falar. Incisiva ao defender o que acredito e por isso mesmo alvo de tanta atenção. Mas isso não quer dizer que não saiba diminuir o volume da voz e adotar uma postura mais dócil, quando diante da emoção estimulada pela simplicidade da fala dos que me amam.

Porque o antigo vive


Sinto uma enorme atração por prédios antigos, chamados de velhos porque estão no abandono. Não é nostalgia o pensar, mas uma necessidade básica de mostrar - a nós que dependemos da matéria - de ver sempre para alimentar a memória.


Fui assaltada pela necessidade da preservação ao ler matéria do Jornal O Povo de hoje, em defesa de mais um prédio construído na década de 50, no Centro da minha Fortaleza, Cidade que me acolheu ao nascer, e que adotei como o meu reduto familiar. A reportagem trata do Lorde Hotel, que já foi um dos maiores e favoritos do Estado.


As construções amplas, de paredes resistentes ao tempo, levam-me a um passado que não guardei com clareza. Para momentos vividos entre fortunas e abusos de poder. Certamente, sabe bem Deus, que se a memória guardasse agora, com tanta força, estaria eu detonando o tempo atual.

Melindres


Tantas vezes bati o pé, refiz o caminho só para não seguir em frente como o outro fazia. Quantas vezes endureci a pele dos cotovelos no umbral da janela, só para não ter que sentar e ouvir o que o outro dizia. Tudo por conta da melindrada menina que insistia ser.


E quantas boas ofertas recusei só para não ter que dizer que tudo me era desconhecido e, por isso mesmo, não queria que o outro soubesse o quanto me dóia a ignorância. Mal sabia que tudo era teimosia minha.


Hoje, que bom poder dizer que continuo com melindres - frescuras de menina que está caindo de podre porque é tempo de amadurecer - mas, só que desta vez, refaço o caminho de mãos dadas ou pelo menos, próximas da do outro.


Uma das minhas queixas é a tal mania de não lembrar os nomes das pessoas com as quais convivo, pelo menos uma vez por semana. Normalmente dava um jeito de não demonstrar a tal "falha". Hoje, faço questão de dizer que não lembro o nome porque simplesmente não presto atenção na hora das apresentações.


Agora eu sei que os melindres ainda vão continuar me atrapalhando, mas lá dentro de mim, a luz que acende diz sempre: deixa de frescuras Fátima Abreu. Te alui mulher!

Nada secreto


Estamos vivendo a época do amigo secreto. Aquela pessoa que nem sempre o nosso olhar e pensamento indicam. Em algumas ocasiões, vive-se uma verdadeira saia justa ao abrir o papel dobradinho e ver o nome de um total desconhecido. E agora, o que fazer? Eu não conheço a pessoa, o que comprar para ela?


O amigo secreto nunca foi tão desconhecido. E vamos nós pensando o que comprar com aquela vontade danada de acertar, ou mesmo que o dia chegue e nos livremos logo desse compromisso. A fraternidade aí é a escolha do presente. Não há ainda aquele entendimento de tentar estar mais próximo da pessoa em questão.


Forma estranha essa nossa de ser fraterno. E aqui, confesso escancaradamente, que já devolvi para cestinha o nome do papel dobradinho, só porque não gostei do secreto. Mas, não menti. Apenas disse que queria trocar. Sei que perdi uma oportunidade de aproximar-me de alguém distante do meu circulo de amizade.


A amizade não é mistério. É querer estar próximo, não importa como. Afinal, temos amigos distantes fisicamente, mas tão perto do coração.

Apoio sempre vem de Casa


O ex-presidente do Senado, Renan Calheiros agora sabe quem na verdade o apóia.
Nada pessoal. Mas, não seria hora de retribuir, com fidelidade, a mulher que abraça publicamente, sem aparecer, longe de ser a protagonista que contou em detalhes a relação oblíqua, que alimentou?

De volta para casa


Boa Maria faz em que sua casa está em paz. Cresci ouvindo a expressão, para demonstrar que o melhor lugar para ficar é a casa, o lar. Mamãe também chantageava para nos deixar com medo de sair para àquela festa. Dei azar: as tertúlias com luz negra não eram coisa de moça de família, que queria casar e ter filhos com um homem de sorte e honesto.


Este pensamento me ocorreu ao ler matéria na uol a respeito do retorno para casa de brasileiros que foram tentar vida melhor nos Estados Unidos. Na atual vida terrena, nunca pensei em me aventurar países afora, terra estranha, de costumes diferentes. A língua, então.... já não tenho ouvidos para entender a linguagem com suas formas idiomáticas de ser.


Vejo o retorno dos brasileiros como uma nova forma de viver. Não sou especialista na área econômica para tratar aqui dos efeitos financeiros que a saída dos brasileiros - que deram um duro danado nos Estados Unidos e que para evitar prejuízos maiores estão voltando- vai provocar por lá. Nem sei como ficará aquele país com a perda da mão-de-obra tão barata!


O que importa é o retorno. A adaptação que ora exige e o intercâmbio de idéias que não pára.

Basta aparecer

Você acontece quando aparece. Este foi o resultado de enquete nossa feita semana passada. Gosto de mexer com o leitor porque, na realidade, as enquetes nem sempre correspondem ao que pensamos. São aquelas respostas que chegam mais próximo de nós. Deve ser por isso, que apenas oito participaram.

Eis o resultado:

Para acontecer o que é preciso fazer?
Tirar a roupa 2 (25%)

Falar 2 (25%)

Cantar 2 (25%)

Escrever 2 (25%)

Apenas aparecer 6 (75%)

Votos até o momento: 8 Enquete encerrada

TV digital & coisas e tal


A TV Digital já é realidade no País. Daqui a pouco eu posso estar diante da minha telinha, com tanta qualidade que nem vou poder acompanhar. De início, moro no Nordeste, a tecnologia só vem depois - como sempre ocorre- também porque, não sou boba, vou aguardar. Eu sempre saio da fila nos lançamentos. Gosto de prateleiras porque as vitrines, apesar do fascínio, fazem mal ao bolso.


Além da questão monetária, o que eu quero mesmo é ser digital, com programas acompanhando a tecnologia de ponta. Não ter que mudar de canal sempre que o meu neto vem ao meu encontro. Portanto, é urgente que se faça uma nova formatação nas grades dos programas. Não vou listar o que poderia ser mudado. Afinal, cada produtor sabe a quem atender, e pelo que vejo, nem sempre é o bom senso, o sentido ético a pauta principal.

Sedução sem seduzir

O meu amigo Eliomar de Lima prevê a falta de entusiasmo por parte de alguns possíveis leitores do livro, que a jornalsta Mônica Veloso lança nesta quarta-feira. Na avaliação dele, a leitura não vai saciar a curiosidade velada pelo que acontece nos bastidores do poder.




O título do livro é sugestivo e pode sofrer vários tipos de leitura. O Poder que Seduz não significa necessariamente o Poder, como razão de ser do Estado, mas o envolvimento, o íntimo que não se expõe. Digo isso porque por mais que um escritor tente retratar as suas impressões, carregando nas letras, nenhum de nós pode sentir o que vai nele, naquele exato momento.

Não tenho interesse de ler a tal obra, nem estou aqui para julgar as razões que motivaram a jornalista a expor, de certa forma, seus sentimentos com relação ao homem com quem teve uma filha. Li o trecho divulgado por Eliomar postado em seu blog, sobre o primeiro encontro com o senador em questão.

O poder que fascina a mulher é o da aproximação. É o arrodeio como dizemos aqui no Ceará. É o precioso momento do toque que não se completa. Na verdade - opinião livre - ninguém nunca vai querer saber, de fato, o que ocorreu entre os dois personagens. Isso, porque somente Mônica guarda em seu reduto a relação.

Pelo rádio


Ser otimista não é ser sonhador. É acreditar que pode fazer diferente, com a certeza de que vida é contínua, luminosa, cuja intensidade é graduada por mim mesma. É este o caminho que escolho para não me perder nos atalhos escuros da inquietação.

Tento essa ponte em tudo que pratico: em casa, em família e no trabalho. Quando no desempenho da função o otimismo diminui, o interesse perde o foco da prestação de serviço, a luz amarela me chama atenção. É assim que vejo a informação, uma forma de auxílio para afugentar a ignorância de nós mesmos.

Aprendi - porque sei das minhas limitações - a deixar de lado certas mídias equivocadas. Claro, que de quando em vez, ensaio um certo interesse para não me alienar do que ocorre neste mundo de Deus, que tantos de nós esquece a quem pertence.

Tudo isso é para colocar no ar a mais nova emissora desta Cidade, que está no páreo sem correr em busca do primeiro lugar; que é a injeção do rádio cearense, apresentando as atividades parlamentares sem retoques, edições, dando oportunidade ao ouvinte, que por sua vez, vai formando opinião diante do que ouve.

À flor da pele


Nós mulheres, a despeito da profundidade com a qual costumamos despir os sentimentos, gostamos demais de roupas diferentes. Quer dizer, num tempo passado, porque hoje muitas de nós quando quer aparecer, ser notícia, tira tudo, menos a maquiagem.


Não sei quando começou, mas depois que o nu virou arte, substituiu a inspiração, os atores tiram a roupa, com o argumento de que a arte merece sacrifícios. Mas, no fundo, nós sabemos que na arte da sobrevivência, não é preciso despir o corpo, mas a alma.


Lamento pela geração de hoje, que permanece na superficialidade, fazendo caras e bocas e só porque aparece na telinha, é celebridade. Lamento também pelos bons produtores, constrangidos a acenar a cabeça com um sim, diante da crise instalada.


Tudo isso é para reclamar do apelo da Globo, que atropela arte e artistas, que sente na pele o quanto falta ainda a mostrar do que pode, do que tem.

Qual foi o crime da Eva?


O "crime" de Eva não prescreveu ainda? Esta pergunta, é no mínimo, exorbitante. Sim, porque exorbita qualquer tipo de manifestação contra os gêneros que somos. As manifestações são punidas, contudo, o que cabe aqui é o sentir. Mesmo que calemos a voz, o sentimento contrafeito existe, vai continuar existindo.


As reprimendas civis coibem a manifestação, mas a gente aprende quando? A figura Eva, que personifica a mulher no mundo, é usada, convencionalmente, contra o jeito feminino de ser. Não me surpreendi com as declarações do juiz Edílson Rumbelsperger Rodrigues , também não vou aqui ser pretensiosa a ponto de julgá-lo. O que pertine, como já disse, é o sentimento nosso, conosco, convosco.


Sou o que alimento na alma, insisto na mente. Sei que por muitas vezes, o super-ego cochila e despacho sem preocupação o meu sentir, o pensar. Por esta razão, sempre desperto o querer da mudança, do fortalecer na fé de que tudo passa. E nós, passageiros dessa nave, pegando atalhos para alongar o caminho.

Arco-íris


Eu cresci ouvindo que consciência negra é ter pensamentos maus. Era o resquício de uma cultura alimentada, infelizmente, no meu País. Tudo que não era recomendável era escuro, numa alusão às sombras que nos persegue, da ignorância da essência real da vida.


Pois bem, a luz, que é o discernimento, espanta a negritude do pensar. E hoje consciência negra é reconhecer que podemos ter todas as cores; que podemos ter todos os idiomas; todas as vozes e todos os direitos.


Neste mundo multicolorido, penso conservar o arco-íris que Deus nos concede e alimentar o pote de ouro para enriquecer o sobreviver num Planeta que nos experimenta, todos os dias, neste caminhar, nem sempre vivenciado como deve.


O amor reúne todas as cores.

No seio da família


Sem desmerecer o homem, a sua função na família, a mulher-mãe conta muitos pontos. Apesar das adversidades e da dor, parir, criar, educar e manter a união na casa, verdadeiras provas de fogo no quesito sentimento.
Sempre vi na mulher a condição doméstica de atuar sempre, sem direito a férias e murmúrios, a mãe é a escola da família, é aluna eterna da vida.


Estou assim ligada ao ventre depois de ter tido a felicidade de participar do aniversário da mãe da minha amiga Sílvia Goes. Zoraida é o nome da figura que não se impõe, mas que se fez líder de uma comunidade, espalhando bondade, aprendendo e ensinando a amar e como conseqüência, vive reunida à sua prole carinhosa.


Penso no que seria a sociedade - com certeza receberia outro nome - se figuras assim não sobrevivessem na Terra. Entre pratos saborosos feitos com a avidez de agradar, circulei entre aquelas pessoas que via pela primeira vez, mas com intimidade, penetrando no seio do lar, imitando um labirinto com tantos quartos, num objetivo de abrigar almas atentas ao conforto do reduto.


A felicidade terrena é assim: um punhado de gente, que ri, chora, e faz tudo junto, por acreditar na amizade, a maior demonstração de amor que sentimos por aqui. E já espaçosa como costumo ser, plantei a minha sementinha no solo de Tejuçuoca, querendo retornar, abraçar e trocar energias com os personagens vivos, quentes de amor, fazendo-me pinçar o quadro poético a que sempre recorro, quando o prazer é infinito.

Médicos nunca cruzam os braços


Estava lendo sobre a greve dos médicos do IJF, o maior hospital do Estado. Superlotado como sempre, os profissionais de saúde são forçados a trabalhar duro num lugar que promete, mas que não consegue atender à demanda. Há um desencontro de informações e de buscas. O hospital é para atender traumas, mas qualquer corte no pé ou na perna é levado para lá. E tudo é um grande sufoco.

Quando o meu filho foi atropelado aos sete anos de idade, o hospital estava em reforma era bem menor do que hoje e o sofrimento já era muito grande, mesmo assim, o atendimento pelo lado humano foi muito bom, apesar das dificuldades com a falta de material cirúrgico. Lembro que até escrevi um artigo pedindo ao prefeito da época, Juraci Magalhães, que olhasse com mais atenção para aquele lugar de dor.

As nossas dificuldades no Planeta Terra não são pequenas, por isso defendo e cultuo o amor, a dedicação aos serviços prestados, muitas vezes limitados por questões materiais. Vejo o médico, a enfermeira, o atendente das portarias de unidades hospitalares como heróis da resistência. Pessoas que lidam com a dor o tempo todo, que sequer, têm tempo para suas dores.

A questão não é apenas ter o direito de fazer greve, não é apenas a legalização ou não do ato paredista, mas um apelo inflamado pela melhoria, pela qualidade de vida!

Correnteza


Dinheiro é moeda corrente. Este é o meu pensamento e este o tratamento que dou ao salário que recebo mensalmente. Porque também sei que por mais que insistiam em dizer, não tenho preço, assim como qualquer pessoa. Não acredito em oportunismo - vendaval, do tipo é agora ou nunca. Estou sempre reticente com relação ao advir.

Por isso estou sempre com o pé atrás quando o assunto é notoriedade. Os cargos, as funções passam e eu sei que vou continuar. Fico espantada com o enorme sucesso das pessoas envolvidas em escândalos e como o motivo passa a ter leitura diferente, mas igualando todo mundo. Falo do sucesso da jornalista, colega de profissão, Mônica Veloso. Vivia no anonimato até vir ao conhecimento público o seu caso com o senador Renan Calheiros.

A partir daí, não mais se pertenceu. Tira a roupa, enche a bolsa de dinheiro, e agora faz piada no Zorra Total. E por que não? Tudo virou uma zorra mesmo. No íntimo, o meu lado mãe reclama maior atenção ao lar doméstico. Não quero ser pretenciosa, a ilustre moça continua sendo uma desconhecida para mim. O diabo é a mídia que não larga dela e ela parece-me ir na onda, sem muita preocupação.

Está dado o recado da vez: mulher para ser notória, tira a roupa, incita os desejos mais íntimos - não tão íntimos; se não é bonita, se faz, aposta tudo e que se dane o mundo!

Ispaiando brasa


Nunca gostei de carnaval. Claro, já bati as pernas em salões, escorreguei por conta do assoalho espelhado e do salto alto. Sim, porque não costumo sair do salto e não largo o batom. Mas, agora volto ao passado com a nota sobre o Spaia Brasa, que me chamava atenção por conta do sugestivo nome.




Quando menina, saía segura pela mão da minha tia Almerinda, para o corso. Aquela multidão mascarada, bebâdos vestidos de mulher, frevos descadenciados, e muita goma no rosto, substituída hoje por fécula de milho. Não entendia como até hoje, o desperdício do alimento.




Em cima do muro literalmente, ficava ali sob a proteção de árvores que protegiam os transeuntes da Avenida Duque de Caxias. Aquele barulho cadenciado, corridas de pessoas com tubos de latas contendo algo que a polícia proíbia, chamavam-me atenção. Tia, o que está havendo? é gente que não tem o que fazer e dá trabalho à polícia, respondia a minha carinhosa tia.




Não podia sair às ruas, ficar na janela observando o movimento das ruas porque tinha sempre alguém que ameaçava a minha segurança. Dias ruins aqueles, por isso amava as quartas-feiras de cinzas.

Você tem sede de que?




Quando trabalhamos com a comunicação, nada é mais estimulante do que o feed-back, aquele retorno dos que nos ouvem, nos assistem, nos dão audiência. Desta vez batemos o recorde com a participação de 19 pensadores respondendo à enquete que dá título a este post. Valeu turma!




Desse total, três responderam que tem sede de água; dois de leite saudável; três, de dinheiro; três de fama; 12 têm sede de conhecimentos e o mesmo número, de novas oportunidades. A enquete em questão permitiu que o participante pudesse optar por mais de uma resposta.



Depois desse estímulo, me resta temperar mais ainda o blog, mexendo com o pensador leitor. Afinal, comunicação é uma necessidade vital. Agradeço a participação de todos os 19, que se prestaram a responder.



Para aumentar a interação, estou aceitando sugestões para novas enquetes. Acho que já deu para perceber qual é a minha sede de vida. O que mais me consome, que me deixa louca de sede é a vontade de criar, ou melhor, procriar letras, fazer com que o outro, em busca também de um discurso próprio, se sinta estimulado a fazer o mesmo.



As letras são o nosso material de consumo. A inspiração é a o empurrão que recebemos e a reunião das palavras dão sentido ao recado, que só ganha vida quando olhos ávidos debruçam-se e abrem a janela, deixando entrar na nossa casa, em alguns momentos intacta pela ignorância, a luz do conhecer, do saber do outro.
A imagem das flores veio de uma pessoa que aprendeu a gostar de mim e distribuo com você porque só gosto de passar adiante o que me deixa feliz.

Por Cecília


Deus não precisa de nosso crédito, ele existe! Estava lendo sobre o que pensam os famosos sobre o criador do universo, que todos os momentos perpetua a criação, num criar infinito, longe da nossa compreensão.

Assim começava este post interrompido por uma mais nova criatura, que invadiu a minha rotina do final-de-semana, que dá tanto prazer que cansa!

Mas, é um afagar gostoso, diante desse olhar que promete ir em busca da infância feliz. É porque para nós ignorar a realidade é ser leve. Sorrir sem a preocupação do que o outro vai perceber, responder.

Assim é Cecília, minha netinha, que adora disputar o notebook, demonstra fascínio pelas teclas e esperneia sorrindo ao toque do celular. É o bebê do futuro de ontem e a adulta de amanhã, distante do hoje.

Você percebe porque só agora estou atualizando o blog? E porque larguei tudo e curtimos nossa companhia numa confortável rede?

Porque as flores murcham


Estava olhando o vaso transparente, permitindo ver os talos da indefesa planta colhida por um florista habilidoso. Amarela flor, imito a cor quando algo me choca. Sou amarela quando sinto fome, quando sorrio sem querer. A flor, não. É amarela por natureza, sem melindres, humores diversos.


Fica ali, depositada, sorvendo a água, sem demonstrar sede. Escuta sem ouvir os meus ruídos, queixumes, pensamentos nervosos, típicos de gestor na implantação de uma mídia. Só espero não amarelar.


Quero ser amarela-flor, viçosa apesar de ceifada dos galhos que prende à vida. Mas, sem lamentar porque viver é libertar-se.


Só pra dizer que não perco a poesia, apesar dos desafios.

Spam(ta)


O que você vê na caixa postal? Confesso que as vezes apago mensagens sem ler. É aquela poluição enviada por colegas e até amigos, só para dizer que não me esqueceu, ou que esqueceu de me tirar do grupo formado.

Neste momento em que as formas de se passar informações são melhores do que há para falar, contar, a moda é encaminhar o que recebe porque é bonitinho, o texto é altruísta, mas sem nem um oi, como vai? Apago mesmo. É desdém para a possibilidade técnica e para os criadores dos sistemas que se matam para evoluir.

Bom mesmo era esperar pelo carteiro. Quanta ansiedade à espera de uma frase carinhosa... Por isso que o romantismo demorava mais e as relações também. Hoje, basta um clique e você está bloqueado, impedido o acesso.

Nada pior do que ser descartado sem, sequer, ter tempo de contestar.

Em busca do tom


Acabo de ganhar um presente que há muito esperava: um livro contando e apresentando a história e músicas de Luiz Gonzaga, de autoria do coronel reformado José Marcelo Leal Barbosa, que diz ser leal até no nome.




Vale a pena conferir a obra porque o argumento do rei do baião é forte. Cresci ouvindo o sanfoneiro bom e com ele aprendi os primeiros passos. Mas, quando criança o que se chama vulgarmente de forró, só era exibido e executado nas festas temáticas do mês de junho. Fora essa data, era breguice. Tão diferente de hoje que ser brega é ser in.


Um dia, comentando com amigos o valor de Luiz Gonzaga, alguns deles desinformados, disseram que não viam o artista como eu. Foi nesse momento que cantei Samarica Parteira contando as dores das mulheres do sertão que não tem acesso aos serviços médicos. Depois da explanação, todos foram unânimes em afirmar que o rei do baião nunca irá perder a coroa.

A melhor experiência


No ar, a FM Assembléia! Uma experiência de prazer que ninguém vai me tirar. Realmente, amo o que faço. A população ganha mais uma opção para se informar. O nosso maior desejo é que a mídia institucional, que vai transmitir os trabalhos do Parlamento Estadual, receba a audiência que merece!


Plagiando o amigo Eduardo, que há pouco tempo descreveu uma experiência desagradável, venho aqui mostrar a minha melhor experiência. Permita-me o entusiasmo.


FM Assembléia 96,7 com você no centro das discussões.


O que está por trás da piada?


Não sei não, mas o cismar fica latejando quando assisto alguns programas, que levam o nome humorístico. Personagens caricatos são o argumento de todos eles. São razões para piada - e nem sempre para risos - o peso acima do que o esqueleto agüenta, a sexualidade e a miséria. Por que rimos de alguns?

Eu sei que ri do problema é uma boa alternativa para aliviar a dor do momento, mas quando se trata de assuntos que o tempo da dor não tem limites, não sei não... Estava vendo ontem, por falta quase falta de opção, o programa Zorra Total da TV Globo, quando vi uma das personagens que se farta de comer doces, numa demonstração mais de abuso do que pelo prazer. E ao passar uma receita "nutritriva" a base de guloseimas para a personagem interpretada pela cantora Kelly Key, recebeu xingamentos merecedores de processo na Justiça!

Já tive quilos a mais e confesso que nada mais me irritava do que ficar ouvindo pessoas substituindo o amistoso olá por nossa como você engordou!

Na TV, com rarísssimas exceções, o ator é medido e indicado não pelo talento, mas pelo corpo. Aliás, não é só na TV o que está enriquecendo e colocando em risco a vida de muitos, com a demanda sem controle de plásticas.

No Canal E! Entertainment, uma outra matéria incentivando a plástica dos seios, notórias exibem com satisfação o falso seio, com a maior naturalidade. No mundo real, a flacidez provocada pelo ato de alimentar o filho deveria ser normal. Mas, pelo que se vê, a ilusão está falando mais forte com o argumento de melhorar a auto-estima.

Gastura


Aqui, no Ceará quando algo incomoda dizemos que estamos com gastura. Esse termo também serve para desconforto estomacal. Mas, a gastura da qual me refiro diz respeito ao farnesin no juízo, que quer dizer desconforto mental, que também pode ser chamado de impaciência no ouvir, no lidar com algumas conversas ou conversadores.

Papo ruim de ouvir que as bandas de forró é tudo de bom. Que povo tem mau gosto; que miséria dá audiência; que boa música é para intelectual. Outra: que jornalismo dispensa os anos de estudo numa faculdade específica. Ora, me poupem!

Usar óculos é outra gastura...

Pois é, há dias que a gastura me enlouquece. Aqueles temas amplamente batidos, discutidos, exauridos... que vontade de dizer tudo que me dá gastura, mas temo que você também vá ficar engasturado. Por isso, limito-me a discorrer sobre o nosso idiomatismo cearense, que nos provoca risos e, ao mesmo tempo é tão gostoso fazer parte.

O que dizer depois





Depois de ler a demonstração de inquietação, sinalizando um até que enfim estou saindo desta, fiquei cismando o que poderia escrever naquela pedrinha que vai indicar a quem pertence o túmulo, quando do meu retorno à pátria espiritual e o meu belo e maravilhoso corpo se tornar um dejeto.

Não, não se trata de um pensamento lúgubre, é uma questão de pauta, coisa de quem trabalha na mídia, que deve ter em mão mais de um mote para garantir os noticiosos.

A princípio, defendo a tese de que apenas Fabreu ao lado da data de quando retornei à Terra e de quando voltei ao lar verdadeiro, serviria. Mas, considerando na minha forma de ser, o self em questão fica querendo brincar. Eu sei que é melhor não encomendar nada por enquanto, é melhor deixar o trabalho para os que ficam, mas quando penso no recado do irmão maior, deixai os mortos enterrar os seus mortos, bem que poderia dar uma mãozinha para a família.

Sendo assim, quero uma foto sorrindo - será meio brega? cemitério tem moda? - gravações de gargalhadas não cairiam bem - sinistro, diriam. Mas, pode ser uma das minhas frases meio safadas, aqueles trocadilhos famosos.

Quer saber, fiquem `a vontade para escrever o que quiserem. De lá, prometo me comportar, e sair baixando os arquivos que a memória me permitir, em busca de algum bom médium para repassar os pensamentos outros que não morrerão.

imagem http://www.uol.com.br/

Dia das bruxas


Confesso que não entendi, enquanto via a minha filha improvisando uma fantasia para o meu neto - um legítimo fantasma com direito a corrente - participar de uma festa dedicada às bruxas, o Halloween. Desde quando festejamos as bruxas no Brasil? Lá nos Estados Unidos tem razão de ser, mas e aqui?


Por que cultuar algo que não é nosso? Ok, ok, tudo bem, é livre, mas e a cabeça do menino como fica? Não cortei o barato do garoto que se divertia com tudo sem se preocupar com as conseqüências, emprestei até as correntes para assombrar melhor os colegas.


Mas, enquanto Victor se diverte a cultura brasileira está em que espaço?
Assinado Curupira, Saci Pererê, Caipora e euzinha que tenho lá os meus instintos ainda preservados voltados para uma boa pajelança.

Marcando bobeira


Sinceramente não tenho a compreensão das angústias, fúrias e alegrias múltiplas do torcedor de futebol. Mas, torço que tudo siga em frente, sempre para frente, mesmo que seja a bola obedecendo a destreza do jogador.


O Brasil é de futebol e tem gente criticando a decisão do nosso solo ser sede da próxima copa? Não entendi. É claro que há razões, posições científicas a respeito do assunto, mas se a Copa não vier, os problemas nossos vão continuar, não irão?


Não sou torcedora assídua de futebol, nem discuto sobre o tema, mas, convenhamos não deveria ser uma alegria geral os jogos acontecerem aqui?


Passeio Público


Nunca fui ao Passeio Público, reduto da história cearense, onde ficaram as marcas de um passado de luta e de morte! O logradouro já foi lugar da elite, dos encontros e desencontros amorosos. Hoje, segundo falam, é a concentração dos que se aventuram na noite, em busca de um sustento.


Conheço o local de vista, quando vou ao Centro da Cidade e estico o olhar para aqueles bancos de madeira entre o verde que decora o ambiente, num convite sem resposta. A história antiga nem sempre nos desperta atenção. É o olhar acostumado, desinteressado, apenas situando os pés, num passo célere, porque a maioria tem pressa.


Para os mais velhos, que ocupam o olhar na paisagem indicativa do mar, já sem as brumas apaixonantes, o peixe de lá é igual ao de cá. Ou seja, a vida é um arrastar de situações, antes buscadas com frenesi, e que agora, apenas a espuma das águas num vai-e-vem nem sempre inteligível.

Retorno


Porque voltamos para a casa, todos os dias, ou o tempo que nos permite, necessitamos cuidar dela com carinho, com afinco e sempre. As vezes, pausas nos distanciam do lar, deixamos de olhar para dentro dos cômodos, não mais conversamos com o seu interior; aquele presente no dia do aniversário, esquecido em uma prateleira visitada pela poeira do esquecimento.

Aquela roupa usada uma única vez, encerrando marcas de uma festa nem tão feliz quanto à expectativa. Digital de alguém com sorriso apagado na despedida e brilho no olhar esvaído na suposição de um encontro que não houve. E sozinho depois no lugar combinado, apenas a tristeza a marcar presença.

Na alegria combinada no latido do companheiro cão, no balanço da cauda nervosa, sem cobranças, sem perguntar por onde andou, por que demorou tanto? Há um misto de prazer melancólico e de dor no retorno à casa. É por isso, que de vez em quando o olhar se perde para encontrar a lágrima da saudade que não se sabe expressar.

A casa é o lugar soberano, reduto das mais incríveis fantasias que se mostram, esfarelam-se diante da desilusão, atestamento da realidade sobremaneira.

Expectativas da enquete


Interessante trabalhar com enquetes. Costumo responder a todas que encontro nos sites das mídias locais e nacionais. O que ocorre, no entanto, que a resposta escolhida nem sempre corresponde às expectativas. Alguns setores lançam mão da enquete para medir a conseqüência antecipada para algo em que se aposta.


Na verdade, a vida tem disso: somos o alvo e a resposta dos questionamentos. Quando olhamos para alguém que idealizamos, por exemplo - até parece surreal a colocação - vemos a pessoa que se formata na nossa cabeça e não a que está diante de nós. O mesmo ocorre com relação às oportunidades de emprego, mudança de função, ascensão profissional, e outras coisitas que nos influenciam o viver.


Portanto, vou continuar persistindo nas enquetes, principalmente no teor do self. Sabe aquele espelho retrovisor, que nos mostra o que está para atrás, mas que faz parte do advir. Você me entende? Dá uma olhadinha para a esquerda.

Em busca do par


De vez em quando igual a qualquer pessoa, faço algo diferente. Entro na Internet, jogo palavras a êsmo e a pesquisa cai em lugares que não aguardava. Nessas buscas, encontra-se quase tudo. E num desses achados arrisco um combine com alguém.

Será que devo mesmo fazer isso? Tem alguém olhando?

Ora, se tem! um monte, milhares, enfiando a cara no desconhecido, no obscuro, brincando de se esconder. Na primeira vez, preenchi o perfil exigido com tudo o que pedia, com direito a foto. Puxa, que arrependimento! Temerosa, continuei mais uma semana. No dia em que sairia definitivamente do programa, eis que encontro uma pessoa, que como eu, arriscava. Da intenção de origem que era de curiosidade, uma espécie de laboratório para ocupar este espaço escrevendo sobre o comportamento nosso de todos os dias, tive o prazer de experienciar uma relação nada virtual, pois que real se tornou.

Agora, voltando à carga, por pura curiosidade, faço um perfil de esconde-esconde só para ter acesso aos outros perfis. Curioso, o nosso comportamento quando nos pede para falar sobre nós, numa oferta para uma demanda cada vez maior. É incrível como cresceu o público, apesar dos receios, dos medos do envolvimento, mesmo que por endereço eletrônico, mesmo que não precise tomar banho, escolher a melhor roupa, usar o melhor perfume, não exagerar no batom - nem todo homem gosta- e outras coisitas femininas no propósito de impressionar.

No teclar, as palavras fluem soltas, leves ou as vezes carregada, dependendo do momento. É um risco, que pode culminar com outras tentativas, imitando a vida do lado de cá. Como somos interessantes, querendo nos esconder, enquanto buscamos mais pessoas tão parecidas conosco.

Enquete

Lancei mão de um dispositivo fácil do Blogger, a enquete. Foi a segunda tentativa, só que desta vez, pelo menos, nove pessoas participaram. Foi um recorde, acredite. Eis o resultado da minha pergunta não tão capciosa:

Você já se olhou por trás do espelho?

Não, mas pretendo 1 (11%)

Não sei como fazer 1 (11%)

Sim, foi fácil 1 (11%)

E isso existe? 2 (22%)

Sim, mas é díficil 4 (44%)

Votos até o momento: 9

A partir de agora, abro espaço para comentários de quem participou ou não da enquete. A minha insistência é por conta da vontade de interagir.

Pimenta nos ouvidos do outro


Quando o discurso vinga, a história é outra. Estou falando de uma ação judicial, que depois de resolver o incômodo de muitas famílias, foi esquecida em alguma gaveta da vida. Se há algo que me incomoda profundamente é a expressão exacerbada do mal gosto "musical". Bem que deveriam retornar determinações como esta, com o objetivo de nos poupar em nome da moral e dos bons costumes.


Há 50 anos, foi proibida de ser executada a melodia de nome Peba na pimenta, ardida demais no tempero. E veja só, há meio século! Pois bem, o juiz de Menores, Antonio Banhos Neto, baixou uma portaria, proibindo a execução da tal música por conter letra tendenciosa. Hoje, se fossessemos juntar todos os pebas e o destempero verbal das coisas que são ouvidas...


Está curioso? Entenda aqui as razões do juiz de Menores. E você, concorda com a proibição da música gravada por Marinês?
No entanto, João do Vale, um dos autores era capaz de criar melodias simples como era a sua origem e vida. Aqui, destacamos Sina de caboclo, que ele compôs com Jocastro Bezerra de Aruino:

Eu sou um pobre caboclo

Ganho a vida na enxada

O que eu colho é dividido

Com quem
não plantô nada

Se assim continuá

Vou deixa o meu senão

Mesmo os olhos cheio
d'água

E com dor no coração

Vou pro Rio carrega massa

Pros pedreiro em
construção

Deus até tá ajudando

Tá choveno no senão

Mas plantá pra dividi

Não faço mais isso não

Em busca do sentido


Acompanhei a dor e o desalento dos pais da garotinha que morreu vítima do desabamento do teto da escola em Beberibe. Hoje, o jornal O Povo pergunta quem vai responder pelo acidente. Enquanto as respostas não chegam, não seria o município, mesmo? Afinal, foi na sede de uma escola pública, durante o tempo em que a criança estava lá.


Agora, como é que se recompensa - se é que esta é a palavra - algo assim? Nada faz sentido ou paga a perda. Mas, algo é preciso ser feito.


Como sempre faço, largo o pensar a toda. Fiquei imaginando como seriam os dias primeiros de um gestor: vamos inspecionar todos os prédios escolares. Nenhuma aula começa sem isso que seja feito. Também vamos inspecionar todos os postos de saúde. Chama o secretariado para tomar pé da situação!


Ao que tudo indica, ações desse porte não foram tomadas. Também como poderiam pode alguém perguntar. Na verdade, nós só funcionamos quando somos acionados porque de resto, é a dor que nos chama para pensar no outro.

Musicando


Por força do trabalho, estamos revisitando nichos musicais, da verdadeira música brasileira. O melhor da rotina, que não cansa, é o prazer de ouvir as melodias, os arranjos e as letras, que contam a nossa arte. A mistura de ritmos, a expansão da poesia.

Estamos no resgate. É isso mesmo. Palavra usada com freqüência, mas que encerra a nossa intenção. Faça isso com você mesmo. Desliga o rádio que maltrata a canção verdadeira, deixando-a largada no baú do esquecimento. Traga de volta a arte múltipla brasileira.

E, caso não tenha opção, vá até a prateleira, pega aquele CD maravilhoso. Presenteie-se. E, por aqui, na Internet, faça a sua busca. Acredite, vale à pena!

Conversa de mulher


Uma garota amiga pergunta por que a conversa do homem é diferente da mulher. Resposta imediata: é porque olhamos diferentes para os mesmos lugares. Sobrancelha erguida numa demonstração de que quer saber mais. Lá vai garota!


Enquanto sonhamos eles já estão acordados, faz tempo! Continua com essa sobrancelha com sinal de interrogação. Ora, menina, vá conhecê-los! E depois me diga se dá para manter um papo. Agora, com respeito a isso, se o cara apenas balança a cabeça com o olhar distante, será que ele realmente está lhe dando ouvidos?


Por enquanto, procura conversar. Nada é mais solitário do que colar os ombros e travar diálogo com o invisível. E outra, tem tanto cara bom de papo, até sobre aqueles temas que a gente já conhece, já fechou questão inúmeras vezes. Afinal, conversar é abrir ouvido, fechar a boca de vez em quando, e raciocinar.


Mas, em muitos casos um toque de ombros e uma respiração mais branda, é um excelente papo. Pode crer: falamos a mesma língua, sim.

Se a CPMF falasse...


Eu nunca tive tanta certeza, como agora, de que a nação depende de mim. Mesmo lendo, há muito tempo, sobre o valoroso número de impostos embutidos em cada quilo de açúcar, arroz, feijão e outros itens da cesta pra lá de básica, não me sentia participante ativa, tão compulsória quanto neste momento.


Fui conferir o que ficou do salário após o pagamento das inúmeras contas básicas também e o que vejo? Faltam alguns reais, que realmente não sei qual proveito terão. Eu ficaria até mais tranqüila se não visse na telinha o sofrimento estampado no rosto das mães aflitas pelas doenças que atingem os filhinhos.


Também acenaria com um sim tímido diante do desconto (ou seria desfalque) da minha grana, se os atalhos costumeiros da economia brasileira resultassem em escolas redutos de educação. Ah, sim, eu concordaria com o prejuízo porque aí a história mudaria de figura: eu estaria investindo no futuro dos profissionais do futuro.


Mas, qual o quê? Para onde foram os meus reais? Alguém sabe, alguém viu? Até concordo com o presidente Lula quando afirma que o país não sobreviveria sem a tal CPMF, mas e nós, até quando sobreviveremos? Não será tempo de olhar para a fonte que está secando?

Dar ouvidos é....


Você tem idéias de quantas ouvidorias existem no Brasil? São inúmeras. Ou seja, o tempo está ficando finito, para àquele que ficava reclamando da vida, xingando A ou B, sem nenhuma definição. Ainda há muito a progredir.


É como se diz, para ter fé é preciso ter coragem. Pois para reclamar é preciso ter persistência. Não desistir de primeira. Fazer barulho com argumento científico. Ou seja, ter o suporte da vontade de ir até o fim. Foi assim que o número de ouvidores e ouvidorias cresceu.


Hoje estou neste apelo virtual, querendo ser real pela beleza da recompensa de se chegar ao destino final de uma peleja. Então, lá no fundo da questão, saindo da superficialidade, se faz preciso crescer. Dar ouvidos a si mesmo, mergulhar no self e conversar à vontade.


Para dar ouvidos ao outro, é preciso ouvir-se com determinação e dar resposta, nem que seja apenas com um olhar de quem prescruta. Bom dia, boa tarde, boa noite.

E se não fosse um rolex?


O pensar pode ser aflito na sociedade, dependendo da forma como é conduzido. O apresentador da Globo, Luciano Huck tem sido alvo de severas críticas depois de ter escrito um artigo, no qual mostra a sua indignação após o assalto que sofreu, no fim do mês passado, em que perdeu um rolex que custa R$ 50 mil!


E você aí, como reagiria? A pergunta vem a propósito de que, a partir de agora, de acordo com matéria da revista Época, o moço em questão tornou-se persona non grata. De imediato, fico cismando se tivesse sido roubada, por exemplo, a bagagem do bebê do casal Luciano Huck e Angélica?


E se não fosse Luciano Huck, rapaz de posses, no lugar dele uma vítima comum, dessas nossas do dia-a-dia, que perdesse o dinheiro da passagem do ônibus, por exemplo? Ou ainda, a lata de leite de um bebê faminto e que branisse em um artigo toda a sua dor, revolta e vulnerabilidade? Encontraria espaço para divulgar o sentimento?

Não vamos tomar senso comum de que quem tem mais não vai sentir falta de um objeto roubado, assaltado, não! O que importa aqui e agora é a ação. O fato de ser vítima de qualquer tipo de violência. É isso que dói, maltrata e enlameia a sociedade como um todo, o fato de que a miséria continua sendo uma das principais pautas dos noticiários sem apontar uma solução, pelo menos a longo prazo.


Não ando por aí com objetos caros porque não os possuo e também se possuísse de que me serviriam trancados num lugar reservado da minha casa? Sem querer entender as razões dos colecionadores, um frenesi me persegue: tudo que tenho, uso.


Caso queira saber mais sobre o que sentiu Huck, veja aqui.

Emergências, excelência!


O que são medidas paliativas? São aquelas desenvolvidas de imediato, com resultados a curto prazo. Ou seja, de emergência. Tem alguém com fome? Corre, busca um prato, dá a comida. O atendido de barriga cheia sorri feliz, graças a Deus, fui atendido! Ele nem pensa no dia seguinte, porque a urgência arrota em cima da pressa.

E depois, o que sugere o agente da emergência? Continuar com ela. Foi para isso que foi criado. Assim vejo, sem tirar nem por, as ações em nome da seca no meu Ceará. Desde que o mundo é mundo que o Ceará e demais estados nordestinos têm estiagem. Qual é a novidade? Nenhuma!

Há tempos o chove não molhe alimenta a angústia. Há pouco estava lendo sobre uma dessas solicitudes - aqui não vai nenhuma crítica a ação benfeitora dos personagens em questão - no O Povo. Veja que interessante:

1932 > Nesta hora de angústia causada pelo flagelo da seca, vem merecendo aplausos da população o gesto humanitário dos srs. Celso Barreira Filho, Tomaz Pompeu Magalhães e dona Maria Pinheiro, no Jaguaribe, que vêm alimentando mais de duzentas crianças flageladas e fazendo a distribuição de roupas. Para aludida iniciativa, contribuíram o comércio local e a caixa operária dos serviços das secas.
Sentiu aí o drama?

Enquanto isso, as nuvens passam ao largo no infinito da esperança.

O ator

Eu tinha um sonho: crescer nos palcos do teatro. Ser inúmeras mulheres, ter final feliz, lutar contra as indiferenças, e sobretudo, ser amada, não importando o número de amantes. Confirmar num beijo a promessa de espera para alguém que partiria; traduzir volúpia, paixão incontida com a sofreguidão do efêmero.

Ficava sempre que podia diante de um espelho e fazia caras e bocas. Desenvolvia os enrêdos que cresciam numa velocidade ímpar na mente infantil. Fui heroína sem lutas, sem ideais. Na adolescência, as primeiras descobertas feitas sem barulho, prometiam a mulher lutadora que personificava.

Também cantava, criava versos de um amor desconhecido e casava com o enlevo solitário de uma platéia inexistente. Fui artista, subi aos palcos incentivada pelos aplausos, mas sempre corria para trás das cortinas ao menor ensaio de uma vaia. E lá permaneci.

Bem diferente dos meus sonhos,Paulo Autran permanecerá nos palcos, numa outra visão, onde sua sensibilidade permitir. É apenas um tchau.

Imagem uol.com.br

A gente sempre renasce


Aprende a sorrir


E vai espreitando sempre com muita vibração.

Vai lá, cai na onda do dia criança sem questionar os porquês. Apenas abraça uma delas, sorri como elas, brinca como elas, seja uma delas.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...