Amor faz hora?



Ele se atrasa e é recebido com calor, mas de aborrecimento. Com o pé direito machucado, uma pizza na mão direita e uma Coca-Cola de dois litros na esquerda.

Olha com sorriso dolorido, bolhas no pé incomodam profundamente, suplica desafiando:

-Tem gelo amor?

Ah! e como! Sem perceber assiste à cena do amor aborrecido, jogando ao chão as caixinhas de gelo retiradas do freezer. Ato contínuo, ela toma dois panos de pratos. Mas, só depois de recolher o gelo nos paninhos bordados com crochê, se espanta.

-Você acha que eu vou colocar os paninhos brancos nesse pé imundo?!!

-Amor, o gelo é para Coca!!

É uma cena engraçadamente tranqüila, que se passa numa cozinha de uma casa real. Não é no Teatro José de Alencar.

Ao ouví-la já acompanhada de sorrisos e gargalhadas pelos protagonistas, reconheço-me muitas vezes, desempenhando o papel da mulher que reclama da hora.

Amor não combina com coisas da Terra:

  • hora marcada
  • cama pequena depois de um ano de convivência
  • decotes
  • esmalte vermelho
  • bar cheio de homens ou de mulheres desacompanhados
  • vestido curto
  • blusa aberta mostrando os pelos do peito(Hummmm...)
  • prego de carro, que dura um dia inteiro em pleno carnaval
  • telefone atendido por voz feminina
  • Isso não é o que você está pensando (frases feitas com preconceito já feito também.

E uma infíndavel razão de ser de como eu sei bem atrapalhar a minha relação. Isso porque nós somos peritos em queixas, reclamações e queremos que o outro seja exatamente como projetamos.

E hoje é mais um sábado, mais um dia pra curtir adoidado, amar adoidado e brigar como nunca, além de romper como sempre. Ah, como somos ilógicos!

Eu, patroa?



Estou preocupada, ou melhor, apavorada. O Tribunal Superior Eleitoral me alerta, dizendo que sou um dos quase 126 milhões de patrões do país e já vi que não sei lidar com isso.

Como escolher os "funcionários", "empregados", "colaboradores"? Sim, sou eu quem trabalha e ajuda a pagar os seus salários.

Sim, sou eu quem decide os nomes, os números. Eu sei que deve arcar com as conseqüências... mas, me diga, isso ajuda a escolher?

Estarei, logo mais, diante da decisão final, mas até lá, eu não estarei funcionando à base das expectativas, mas do poder da escolha.

E pensar que durante tanto tempo achei que o poder seria algo tão forte, tão vital!

No entanto, agora, diante de tantos currículos que me confundem mais ainda...

Como saber que estou escolhendo as pessoas certas para representar-me? ou melhor: fazer funcionar a minha "empresa"?

Não quero ter de escolher entre o "incerto e o duvidoso". As dúvidas acumulam-se.

A urna não é uma máquina de apostas.

De resto, só uma certeza: eu vou votar!

Aonde? quem? quando? como? Por que?


Qual será o escândalo de hoje?

Quem será o protagonista da vez?

Por que fabricamos escândalos?

Qual o objetivo do escândalo?

Por que ainda nos escandalizamos?

Onde tem gente, há escândalo: na política, na polícia, na escola, no ônibus, na rua, em casa, no batente, no banco, na fila, na internet, na sala, no teatro, no livro, no jornal, na revista, na TV, aqui...

Classicamente musical


Hoje quis ler as notícias em grande estilo, ao som de músicas clássicas, a maioria, desconhecidas nossas. Mas, me dei ao privilégio de curtir parte das 150 mais belas melodias do mundo, album adquirido, já há algum tempo.

Busquei aquelas as quais o meu ouvido está mais ou menos acostumado. E fui acompanhando os fatos dançando mentalmente. Percebi, como sempre ocorre, que a realidade dóia bem menos.

A música de verdade pode ser um antídoto porque nos eleva os sentimentos. Assim sendo, relaxei com a arte de Ludwig van Beethoven, Fréderic Chopin, Manuel Maria Ponce, Franz Schubert e me deixei embalar por Lullaby, de Johannes Brahms(foto), uma cantiga de ninar composta em 1868, que acalanta, acenando a esperança de dias melhores.

E, mais uma vez, entre tantos lamentos ainda suspirados por mim, queixo-me do barulho que hoje ocupa a maioria das emissoras do país, e fere os ouvidos.

Não obstante, há o consolo de que tudo passa. E essa tempestade sonora também vai passar porque a vida é uma Sinfonia inacabada, nome da grande obra de Franz Schubert, composta em 1822, que até hoje não se sabe porque não foi concluída.

Conheça mais sobre os grandes compositores deste Planeta, aqui.

Esta, Freud não explica



Como sempre faço, acompanho as notícias na TV e, de controle remoto em punho, fico atenta ao que virá. Depois da seqüência dos escândalos envolvendo políticos, e de outros já corriqueiros, assisto estupefata, o "grampo" no Tribunal Superior Eleitoral.

Este, sem dúvida, é o problema mais grave que o país vive. E, no fundo do que mais acredito, eu peço a Deus que as pessoas a quem de direito, devem resolver o problema, não façam como eu, que para me refazer do susto, mudei o canal, em busca de algo mais tranqüilo e que me garantisse uma boa noite de sono.

Esta foi a minha ação, como reação ao dilema do Brasil. Acionei o controle em busca de entretenimento, num gesto de pedido de socorro: Eu quero a psicoadaptação! É explicável a fuga num momento de terror.

Enquanto isso, no meu Ceará as coisas são bem caracterizadas pela charge de Clayton, no O Povo de hoje .

TV mais cara


A TV realmente avançou muito tecnologicamente. O que seria mais em conta para a população, que passou a ter cinema em casa, com filmes que nem sempre correspondem às expectativas, os aparelhos estão com os preços nas nuvens.

Quem pode estar tecnologicamente em dia, hoje? A vantagem é que agora TV pode ser uma excelente e cara sugestão de presente de casamento.

O contraditório é que o que mais atrai hoje não é o que se vai ver, mas o que se mostra. A TV de plasma é uma tela colorida superficialmente de muito bom gosto.

Somado a isso, a TV digital é realidade, e no Brasil,deveremos ter a quase imbatível tecnologia de ponta japonesa.

Mas, a pergunta que "não quer calar": vale a pena investir tantos reais para ver uma programação tão aquém da criatividade brasileira?


Há 51 anos
A década de 50 foi da TV brasileira. Em 18 de setembro de 1955, acontece a primeira transmissão externa direta com a transmissão do jogo Santos e Palmeiras, na Vila Belmiro, pela TV Record.


Há 51 anos


A partir de hoje, entro na máquina do tempo e mostro o que ocorreu neste dia, há exatos 51 anos, meu tempo de vida atual.

Depois de me debruçar por alguns momentos sobre o computador, vi que no ano do meu nascimento, o exercício da enfermagem profissional passou a ser reconhecido oficialmente pelo presidente da República João Café Filho, um nordestino, natural de Natal, Rio Grande do Norte.

Foram períodos instáveis no país em que o jornalista (foi redator do Jornal A Manhã), defendia a garantia das liberdades públicas em meio à onda repressiva que se abateu no país após a derrota da Intentona Comunista.

Com o suicídio do Presidente Getúlio Vargas, assumiu o governo, cargo que foi obrigado a deixar por causa de problemas de saúde.

E eu, como já disse, alheia a tudo isso. Com poucos meses de vida, estava resguardada no seio da família, sem a menor idéia de que viveria as sequelas de movimentos nacionalistas.

Há quem ignore o passado alegando ser anti-saudosista. Engana-se porque somos parte dessa história. E para conhecermo-nos, precisamos conhecê-la.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...