Eu só queria ser mais grata...

Eu sou mal agradecida. Tenho amigas, verdadeiros anjos, que sempre batem asas na minha direção em meu socorro. Quando menina e na adolescência vivia pedindo um "sinal" da conexão com Deus. Ficava atenta a qualquer ruido, um toque de telefone ou mesmo uma lufada de vento. Eu não sei porque a brisa sempre me atraiu, numa proposta sem explicação para algo inesperado.

Acho que é da natureza feminina parir ideias confusas, mas que resultam em algo produtivo. Não sei se me faço entender. É como a sensação da dor aliviada do parto. Depois de nove meses com alguem pesando dentro de você e a experiência do ensaio de um amor desconhecido, eis que seu corpo expulsa aquele ser estranho. Ah! é você quem me chutava? E agora, quem vai dormir com um barulho desse?

Acredito que os "sinais" que tanto clamei e clamo estão sempre por perto. Eu é que nem sempre tenho ouvidos e olhos atentos. Uma madrugada dessas, enquanto fazia café para tomar na redação da rádio, reclamava da liseira frequente. Uma voz, que não veio de dentro de mim e nem da casa, ecoou num sinal - este sim, um feedback com o Criador - Você não confia em Deus?  Claro que sim! exclamei girando os calcanhares em busca do emissário.

Eu acho formidável ser gente, mesmo que ingrata, porque é bem mais fácil com tantos auxiliares nos observando e servis na qualidade de responder aos questionamentos, com perguntas bem mais salutares do que as respostas que queremos.


Falando pelos cotovelos

Eu sempre tive problemas com o cotovelo. E o esquerdo é predominantemente de esquerda! Ops! Na infância, o corpo era amparado por ele, que se descascava todo e inchado dava reforço às reprimendas dos pais. Na adolescência, era a parte mais escura do braço, pele ressecada, denunciando a falta dos cremes usados hoje, por obrigação. Escondia, ah, como escondia a minha mal resolvida relação com o cotovelo.

Uma vez maior- não digo ainda adulta - foi razão de cobrança da etiqueta na hora das refeições. O cotovelo tem que ficar abaixo da mesa. Nunca em cima!

Ficando adulta - espero que seja até mesmo depois que a morte me separe do corpo físico -  uma pancada por bobeira no andajá (é como chamo o simulador de caminhadas que uso em casa) cotovelo ganha uma bolsa d'água. O exame médico depois do saco esvaziado denuncia calcificação. Claro que foi no cotovelo esquerdo. Raio X confirma a suspeita e o tratamento com um remédio baratinho, baratinho, devolveu-me o cálcio moderado do esqueleto.

A dor de cotovelo permanece. É a parte mais machucada atualmente ao ver que a mediocridade é confundida com jeito de ser.




Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...