Estou no século XIX e me encontro com os embriagados pelo álcool e os ébrios românticos, que insultam a líbido, olhando para os pálidos pés das damas enchapeladas.
Rostos pálidos, cheios de dor e suspiros apertados em espartilhos; musas inspiradoras dos amassos dos muros. Sim! àquela época os amassos eram torturas e as menininhas de hoje nos "ficas" da vida não conhecem o sabor do beijo roubado, a ânsia do encontro às escondidas.
Ah, o romantismo que via na mulher apenas o espírito criativo e sonhador. A atlética Iracema de José de Alencar, bem que poderia ser o ícone das meninas malhadas que superlotam academias. Casimiro de Abreu nos ensinaria que a infância é uma brincadeira de gente grande,que se perde hoje.
Ah, a adolescência (in) feliz minha. Quantos suspiros joguei fora, o corpo trêmulo no escuro da noite, num quarto proibido. Eu queria morrer assim, na tuberculose romântica dos poetas.
Mas, também amava os quintais como ainda hoje. O som dos pássaros, o passeio das folhas na paisagem verde dos meus sonhos.
Não pelo sobrenome, mas Casimiro de Abreu é um dos meus preferidos e me dá a sensação das tranças enormes descansarem outra vez nas costas:
Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!