Morando no (in)certo

Acho engraçado quando vejo a curiosidade de jovens a respeito da passagem do tempo na pessoa. Cada pergunta que me tira um pouco do siso exigente de questionamentos mais, vamos dizer, ricos. 

A pergunta que me insultou a escrever neste espaço - que deixo de molho vez em quando - é "como você fez para ficar velha desse jeito, tão linda!" A indagação não me foi dirigida, mas era como se fosse.

Então, estou aqui a responder: trabalhei feito uma doida, dei plantões exorbitantes diante de uma máquina de escrever e diante de uma mesa cheia de docinhos para enrolar; fui invadida no íntimo inúmeras vezes; desrespeitada, molestada e assediada. 

Além disso, passei fome. Fome de alimentos, de atenção, de gentilezas, compreensão.

Chorei muito, tive insônias infindas, ralei... 

Amei pacas! tive amantes fantásticos e também aqueles que a gente conhece para depois esquecer.

Pari filhos maravilhosos e acompanho o crescimento dos netos.

Se continuo bela é porque sempre me curti. Até quando achava que me odiava. Portanto, a minha resposta não vale pra ninguém. Essa experiência é minha. Nem queira experimentar. Quem me acompanhou e acompanha nos momentos de descanso verbal, sabe. 

No mais, vamos às pitangas!

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...