Expectativas da enquete


Interessante trabalhar com enquetes. Costumo responder a todas que encontro nos sites das mídias locais e nacionais. O que ocorre, no entanto, que a resposta escolhida nem sempre corresponde às expectativas. Alguns setores lançam mão da enquete para medir a conseqüência antecipada para algo em que se aposta.


Na verdade, a vida tem disso: somos o alvo e a resposta dos questionamentos. Quando olhamos para alguém que idealizamos, por exemplo - até parece surreal a colocação - vemos a pessoa que se formata na nossa cabeça e não a que está diante de nós. O mesmo ocorre com relação às oportunidades de emprego, mudança de função, ascensão profissional, e outras coisitas que nos influenciam o viver.


Portanto, vou continuar persistindo nas enquetes, principalmente no teor do self. Sabe aquele espelho retrovisor, que nos mostra o que está para atrás, mas que faz parte do advir. Você me entende? Dá uma olhadinha para a esquerda.

Em busca do par


De vez em quando igual a qualquer pessoa, faço algo diferente. Entro na Internet, jogo palavras a êsmo e a pesquisa cai em lugares que não aguardava. Nessas buscas, encontra-se quase tudo. E num desses achados arrisco um combine com alguém.

Será que devo mesmo fazer isso? Tem alguém olhando?

Ora, se tem! um monte, milhares, enfiando a cara no desconhecido, no obscuro, brincando de se esconder. Na primeira vez, preenchi o perfil exigido com tudo o que pedia, com direito a foto. Puxa, que arrependimento! Temerosa, continuei mais uma semana. No dia em que sairia definitivamente do programa, eis que encontro uma pessoa, que como eu, arriscava. Da intenção de origem que era de curiosidade, uma espécie de laboratório para ocupar este espaço escrevendo sobre o comportamento nosso de todos os dias, tive o prazer de experienciar uma relação nada virtual, pois que real se tornou.

Agora, voltando à carga, por pura curiosidade, faço um perfil de esconde-esconde só para ter acesso aos outros perfis. Curioso, o nosso comportamento quando nos pede para falar sobre nós, numa oferta para uma demanda cada vez maior. É incrível como cresceu o público, apesar dos receios, dos medos do envolvimento, mesmo que por endereço eletrônico, mesmo que não precise tomar banho, escolher a melhor roupa, usar o melhor perfume, não exagerar no batom - nem todo homem gosta- e outras coisitas femininas no propósito de impressionar.

No teclar, as palavras fluem soltas, leves ou as vezes carregada, dependendo do momento. É um risco, que pode culminar com outras tentativas, imitando a vida do lado de cá. Como somos interessantes, querendo nos esconder, enquanto buscamos mais pessoas tão parecidas conosco.

Enquete

Lancei mão de um dispositivo fácil do Blogger, a enquete. Foi a segunda tentativa, só que desta vez, pelo menos, nove pessoas participaram. Foi um recorde, acredite. Eis o resultado da minha pergunta não tão capciosa:

Você já se olhou por trás do espelho?

Não, mas pretendo 1 (11%)

Não sei como fazer 1 (11%)

Sim, foi fácil 1 (11%)

E isso existe? 2 (22%)

Sim, mas é díficil 4 (44%)

Votos até o momento: 9

A partir de agora, abro espaço para comentários de quem participou ou não da enquete. A minha insistência é por conta da vontade de interagir.

Pimenta nos ouvidos do outro


Quando o discurso vinga, a história é outra. Estou falando de uma ação judicial, que depois de resolver o incômodo de muitas famílias, foi esquecida em alguma gaveta da vida. Se há algo que me incomoda profundamente é a expressão exacerbada do mal gosto "musical". Bem que deveriam retornar determinações como esta, com o objetivo de nos poupar em nome da moral e dos bons costumes.


Há 50 anos, foi proibida de ser executada a melodia de nome Peba na pimenta, ardida demais no tempero. E veja só, há meio século! Pois bem, o juiz de Menores, Antonio Banhos Neto, baixou uma portaria, proibindo a execução da tal música por conter letra tendenciosa. Hoje, se fossessemos juntar todos os pebas e o destempero verbal das coisas que são ouvidas...


Está curioso? Entenda aqui as razões do juiz de Menores. E você, concorda com a proibição da música gravada por Marinês?
No entanto, João do Vale, um dos autores era capaz de criar melodias simples como era a sua origem e vida. Aqui, destacamos Sina de caboclo, que ele compôs com Jocastro Bezerra de Aruino:

Eu sou um pobre caboclo

Ganho a vida na enxada

O que eu colho é dividido

Com quem
não plantô nada

Se assim continuá

Vou deixa o meu senão

Mesmo os olhos cheio
d'água

E com dor no coração

Vou pro Rio carrega massa

Pros pedreiro em
construção

Deus até tá ajudando

Tá choveno no senão

Mas plantá pra dividi

Não faço mais isso não

Em busca do sentido


Acompanhei a dor e o desalento dos pais da garotinha que morreu vítima do desabamento do teto da escola em Beberibe. Hoje, o jornal O Povo pergunta quem vai responder pelo acidente. Enquanto as respostas não chegam, não seria o município, mesmo? Afinal, foi na sede de uma escola pública, durante o tempo em que a criança estava lá.


Agora, como é que se recompensa - se é que esta é a palavra - algo assim? Nada faz sentido ou paga a perda. Mas, algo é preciso ser feito.


Como sempre faço, largo o pensar a toda. Fiquei imaginando como seriam os dias primeiros de um gestor: vamos inspecionar todos os prédios escolares. Nenhuma aula começa sem isso que seja feito. Também vamos inspecionar todos os postos de saúde. Chama o secretariado para tomar pé da situação!


Ao que tudo indica, ações desse porte não foram tomadas. Também como poderiam pode alguém perguntar. Na verdade, nós só funcionamos quando somos acionados porque de resto, é a dor que nos chama para pensar no outro.

Se deixar, o vento leva!

  De vez em quando faço uma ligeira pesquisa por aqui, neste espaço.  É tão bom ler o meu pensar de alguns anos.  Este blog tem me acompanha...