Não tem preço


Muitas vezes reclamamos que as coisas se resolvem na moita - expressão para mostrar o que não é mostrado. E, de muitas outras porque a psicoadaptação colabora para a indiferença. Por exemplo: o que ocorre em Brasília parece não mudar a rotina dos trabalhadores desta pátria nossa. Também, fazer o quê? A vida continua.

Todos os dias os ônibus levam - para não dizer, carregam - homens, mulheres e crianças de um lugar para outro sempre superlotados; as filas nos hospitais permanecem enormes, ganhando mais ou menos os profissionais de saúde.

As ruas continuam sujas por transeuntes ou motoristas, que são multados porque usam o celular enquanto dirigem ou tentam ultrapassagens violentas, ou mesmo avançam o sinal vermelho.

Os aposentados continuam em prece, agradecendo a nova do governo, que lhe permite continuar devendo muito aos bancos: os empréstimos consignados com descontos em folha, parecem mesmo para eles, o milagre que necessitavam.

Os computadores continuam sendo invadidos por hackers e os bancos continuam cobrando a CPMF. Pois é, é uma dívida que tenho e nem pedi. Aqui é assim: o que se pede não é atendido, mas em contrapartida, se tem o que não se pede, o que não se quer. Depois dizem que no mundo capitalista, a liberdade não tem preço.

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