Acontece que quando sentimos uma atração muito forte por alguém, o que mais se deseja é ficar colado. Aqui, peço licença ao poeta Belchior que diz bem a situação dos amantes: eu quero gozar no teu céu, pode ser no teu inferno. Palavras de ordem da paixão, sem você não vivo, esfriam. Porque tem aqueles dias que gente é demais perto da gente.
Há outros dias que é preciso estar consigo. Mergulhar no self, esquecer o espelho da imagem emprestada. Querer se conhecer e jogar toda a emoção para fora. E quem agüenta a enxurrada?
A culpa não é da rotina é do namoro rotineiro com pieguices. É do disfarce que apresentamos no momento da conquista. Quando o love deixa de ser o prêmio desejado, ele vira gente. Gente que dorme e ronca; que gosta de roer unhas, tem o hábito de não ouvir o que se diz; que bate porta; que encharca o banheiro, esquece a tampa da privada levantada; esquece a data do aniversário, e que nos ama da forma que a gente não sonha.
2 comentários:
Amiga,
Adorei o último parágrafo. Até parece que não foi escrito por uma mulher, já que elas, normalmente, gostam de “discutir a relação”. Hahahaha!
Muito engraçado, mesmo. Mas, não é verdade? A gente pinta o ideal como uma tela e, no final, a imagem desbota, hehehehe
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