O bem estar é uma conquista contínua
é como respirar
mesmo que sofra interrupção
para continuar
Respirar é preciso
Para não me perder no discurso do outro, do próximo, tento encontrar o meu.
O bem estar é uma conquista contínua
mesmo que sofra interrupção
para continuar
Respirar é preciso
Vi por aí
a poesia se debatendo,
contra um muro.
Foram tantas investidas
que conseguiu ser notada.
Reanimada,
mais uma vez,
contesta o esquecimento
do romantismo
da mesmice...
Pasmada ainda
pela vida
que reacende,
sem muros
sem limites
Fico cismando o pensar sobre a minha existência perguntando a mim mesma, o que eu poderia ter feito diferente?
Se eu não tivesse filhos, se não tivesse casado, se não tivesse envelhecido...
Pois é, como lidar com esse tempo que não para de passar, e que ainda enfrento dificuldades para lidar com pessoas?
Por que não se aprende ou mesmo apreende o que poderia nos facilitar, de fato, o lidar com gente?
Dizer que o amadurecer vem com o tempo, que depois de certa idade se fica seleto, ou mesmo com preguiça de me expor, ou mesmo enfrentar os dias com mais ou menor intensidade....
O envelhecer deveria vir acompanhado de situações novas,
mais tranquilas,
menos conflitantes.
Fico aqui cismando por que isso não ocorre?
As vicissitudes, os sentimentos negativos, deveriam envelhecer,
ficarem mais fracos,
menos nítidos e, por que não, invisíveis como a grande maioria de nós.
Mas, não!
Os erros do passado que se tornam presentes.
E aí vem os questionamentos: por que razão ainda valorizo tanto o que o outro pensa ou faz?
Acredito que não seja apenas empatia...
Eita, Narcélio. Você tinha medo de morrer, não era? Mas, você não morreu, mudou e nem me convidou para uma visita. Chorei rios com sua partida de uma passagem, por enquanto, apenas de ida. Se eu gostasse de sofrer - mais do que devo- estaria lamentando muito a sua ausência física. Mas, qual o quê? Eu também irei, um dia. Pode ser amanhã, daqui a pouco.... quem sabe?
Fora do rádio e sem sua companhia, sem o seu programa para produzir com tanto esmero, que até assustava quem não nos conhecia... tem que ter o rádio na veia para saber. Não lamento, não, não lamento quando sei que vivemos dias maravilhosos e ricos de companheirismo, de paixão pelo veículo de comunicação que te consagrou.
Lembro que você me dizia, aliás me cobrava: Fátima você precisa aparecer, falar ao microfone, você tem tanto o que falar, o que apresentar... e eu, sorrindo dizia: Oh, amigo eu sou dos bastidores, você, sim é a minha vitrine!
Desde o segundo descasamento muitas pessoas me perguntam: está sozinha?
A resposta às vezes demora, não porque não a identifique, mas porque fico intrigada com a intenção do interlocutor.O que é estar sozinha?
Estar sem marido, amante, namorado, ficante?
Voltando para o meu interior, descubro que estar só é um privilégio!
É saber distanciar a gestão da emoção.
Ser gestora da emoção alheia é ultrajante!
E, quando a resposta do interlocutor é do tipo "...melhor assim..." Por que isso?
"Quem sabe de mim sou eu" já dizem por aí...
Pois é, para saber de mim, preciso estar comigo. E pode apostar: isso não é estar sozinha.
Envelhecer, antes de me deixar pra baixo, me deixa surpresa! Caramba! beiro o dígito 7. É incrível!
Tenho uma disposição imensa e repito ações, atos e outros movimentos esquecendo-me quase que totalmente do corpo que envelhece. Daí, estar me vigiando para atentar às limitações.
Nunca suportei limitações. É o tal do orgulho que grita, esperneia por não ser domado, ainda. Mas, aí o tempo te pega... e segura! Não tem pra onde correr.
E se for para ficar alegre, tem muita mulher empoderada dando vivas para a idade, que chamam de melhor. E eu aqui cismando o pensar.... é pra deixar o acelerador, pisar no freio?
Eu ainda prefiro as derrapagens. Ora, se prefiro!
O bem estar é uma conquista contínua é como respirar mesmo que sofra interrupção para continuar Respirar é preciso