"Quero morrer trabalhando. Não aposentarei atividades. O rádio é a minha vida". Frases repetidas, inúmeras vezes pelo amigo Narcélio Limaverde. E foi o que aconteceu quando a doença lhe pegou de jeito e você teve que partir para onde todos iremos, sem mala, bolsos vazios, mas com um conteúdo imenso do que fez, do que permitiu ser, do que fez proliferar.
Eita, Narcélio. Você tinha medo de morrer, não era? Mas, você não morreu, mudou e nem me convidou para uma visita. Chorei rios com sua partida de uma passagem, por enquanto, apenas de ida. Se eu gostasse de sofrer - mais do que devo- estaria lamentando muito a sua ausência física. Mas, qual o quê? Eu também irei, um dia. Pode ser amanhã, daqui a pouco.... quem sabe?
Fora do rádio e sem sua companhia, sem o seu programa para produzir com tanto esmero, que até assustava quem não nos conhecia... tem que ter o rádio na veia para saber. Não lamento, não, não lamento quando sei que vivemos dias maravilhosos e ricos de companheirismo, de paixão pelo veículo de comunicação que te consagrou.
Lembro que você me dizia, aliás me cobrava: Fátima você precisa aparecer, falar ao microfone, você tem tanto o que falar, o que apresentar... e eu, sorrindo dizia: Oh, amigo eu sou dos bastidores, você, sim é a minha vitrine!