Uma xícara de chá sempre lembra calmaria, com o olhar sem muita pretensão para a fumaça que se esvai, prometendo um gole quentinho. Nem sempre vou atrás do sabor, só o calor importa neste momento. Aos poucos, o corpo aquece a partir da glote.
Quando garota viajava no tempo dando ouvidos ao som dos goles aflitos. Isso porque quando criança a gente tem sempre pressa para que o alimento faça a sua função.
Depois, uma mesa (não importa o tamanho), um livro aberto, canetas sem tampas numa aflita vontade de espalhar a tinta sobre o papel em forma de pensamento. A fumaça é o transporte para uma viagem sem retorno.
O pensar que extrapola o papel encontra destino num olhar descuidado. Nem tudo que se deita em folhas levanta ideias.
A xícara foi esquecida e o vento arrasta as folhas escritas sem piedade, que alçam voo desatinado e o olhar fica preso à distância de que nada vale a corrida do que se foi.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Chegou a velhice(?!)
Já falei aqui, neste espaço, sobre o tempo que me levou. Envelhecer, antes de me deixar pra baixo, me deixa surpresa! Caramba! beiro o díg...
-
Nunca me senti confortável quando alguém dizia que sou uma guerreira. Por que tenho que chamar de armas as ferramentas que uso para sobrevi...
-
Sempre busquei ser verdadeira sem me dar conta da possibilidade e das consequências. A minha verdade de quando criança era crescer, ser adu...
-
Estava cismando o pensar na frase que lateja: "vou nem que me lasque". Este mantra(?) carreguei por muito tempo. E não é que me...
Um comentário:
É Fabreu, sem dúvidas você escreve com a alma, para si e para o outro. Acredito que vira e mexe um leitor se identifica com seu pensar, com seu retrô, com seu real...
Eu já me vi "Fabreu" em seu O Pensar.
Postar um comentário