O Theatro José de Alencar já abrigou momentos raros de beleza artística e o seu palco tem sido reduto de atos admiráveis. Um dia desses irei me dedicar a atender a curiosidade sobre as peças apresentadas ali e os atores - pessoas dedicadas e maravilhosas - que por lá passaram.
Essa vontade que dorme há tempos, por absoluta falta de espaço na minha agenda (me sinto metido a besta quando utilizo a palavra agenda) um dia vai acordar com uma vontade danada de subir os degraus da arte, principalmente a cearense.
Mas, enquanto isso não ocorre vou ficando com a lembrança do pesquisador Miguel Angelo de Azevedo, o Nirez. Ele conta que há 80 anos, Adília de Albuquerque Moraes "fazia efusivo apelo para que a população fortalezense comparecesse ao Theatro José de Alencar para apoiar o dançarino Edson Martins". Ele estava há 24 dias, dançando no palco do Theatro, querendo alcançar o posto de campeão mundial de dança.
Conta Nirez, no O Povo, que o dançarino incansável só garantiu público no início, depois as pessoas foram deixando de lado o persistente pernambucano. Fui remexer no passado, sem poeiras. Descobri que Adília de Albuquerque Moraes (1874-1942) foi uma persistente batalhadora também. A sua meta eram os movimentos de mulheres e isso numa época em que isso mais parecia um sonho distante.
Contudo, essa cearense da cidade de Icó escreveu em vários jornais divulgando a campanha pelos direitos das mulheres, tendo como argumento as artes e a cultura, e, principalmente a educação. É bom dar crédito a quem de direito fez muito para que eu, apenas uma representante do gênero, escancare aqui as idéias.
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