
Pra complicar a minha falta de noção sobre o tema, fatos domésticos torturaram-me exatos nesse dia. Situação pra lá de vexatória, que me colocaram, como mãe na defesa da cria. À proporção que o dia passava, às voltas com a literatura de auxílio, a felicidade que sentia estava limitada. Finalmente, chegou a hora e fui!
Diante de um salão lotado - e com certeza não estavam lá por mim - esforcei-me para ser leal à plateia. Falar para quem não conheço tem sido uma das minhas principais funções, já que faço rádio. Com um sorriso acolhedor, mirei os presentes ao mesmo tempo em que rogava por auxílio. Senhor ajuda-me a ser útil. Cruzei com os olhos o espaço fazendo Z e X para os rostos atentos e- que beleza - receptivos!
Saí-me com uma desculpa salvadora: Estou aqui porque me pediram para falar sobre felicidade. Felicidade... o que eu sei desse sentimento? Dessa sensação? Seria a pessoa certa para tratar desse tema? Pronto! a partir daí, fui tão sincera que os 50 minutos da "palestra" voaram.
Mereci os aplausos finais? Não sei, talvez pela minha coragem de não ter desistido mesmo com o sentimento de que ali não deveria ter ido. O que importa agora que fico feliz por ter tido esse contato, que se repetiram em outras vezes, falando não como uma palestrante sábia, mas como uma pessoa simples, em busca também de respostas para tantas perguntas que não me deixam ouvir as respostas. Por isso, o silêncio em si se faz tão necessário.