Há situações na minha vida que se repetem, sem cessar, e eu não caio em mim para descobrir as razões. Na superfície do pensamento não faço a menor ideia. Fico deixando-me levar, como se boiasse nas águas buliçosas da vida. E nessa maré vou ao encontro de rochas - chega a doer em muitos momentos - e noutras estaciono esquecida em alguma praia deserta.
Noutros momentos, eu faço do cabresto o meu guia, a vara cega da vista turva dos meus pesadelos. Curto, sim, eu curto! a solidão de momentos, reúno as mil faces contidas no ego, que ressurgem com muito barulho. Ouça-as sem interromper. É neste momento, que se revelam ou eu me revelo, não sei. Mais uma vez, cansada de tanto diálogos infindos, ofereço o rosto ao sol, os cabelos ao vento e, numa tentativa sem muito esforço, volto à realidade personalizada, da qual nem sei se controlo.
Nas divagações sempre deixo mais interrogações do que respostas. Talvez sejam os questionamentos que me mantém sóbria, lúcida.
Eu não sei qual paraíso ou inferno que te abriga.