Nó sem velas



Nada mais confuso do que mensagem incompleta. A consideração vem a propósito da confusão que se faz com a imagem do povo hindu. Até agora, o que se aprende é que a mulher continua sendo constrangida a obedecer um costume tradicional; que a vaca é uma figura alegórica da mãe, de acordo com a explicação de um dos personagens da novela Caminho das Índias, porque alimenta o homem com o leite.


A mulher rica é preparada para ser linda, cheirosa, coberta de cremes e de jóias. Tem que procriar, cozinhar e dançar. O homem que gera homens tem mais lucros com os casamentos. Ou seja, ter filhos é melhor do que ter filhas. As que estão a margem da casta privilegiada negam-lhe até a fé em Deus.


As mulheres brigam, disputam entre si numa intriga sem fim. Cismo o pensar de que os costumes se misturam e confundem mais ainda a cabeça nossa. É lamentável a forma como nos é apresentada a cultura do povo da Índia. De bonito até agora os adereços, os panos coloridos, os brincos enormes, que as brasileiras exibem numa alusão erótica da mulher, que necessita de marido.


De frente à telinha, fico cada vez mais ignorante. O caminho,na verdade é um atalho.


Um comentário:

Julio Sonsol disse...

Interessante é que a novela, que não assisto, mas sei pelos comentários, mostra traços fortes que acredito verdadeiros da cultura indiana. O povo é dividido em castas com alta taxa de preconceitos entre as várias camadas da população. Não sei porque os hindus adquiriram a fama de país espiritualizado. Entre as religiões que permeiam a sociedade há adoração a bichos como o rato, a vaca, cobras e outras coisinhas mais. Espiritualizado, pra mim, é o Brasil que é berço de convivência pacífica entre palestinos e israelenses, católicos e protestantes (vide a Irlanda), islâmicos e cristãos, comunistas e capitalistas. Temos o que melhorar, mas estamos anos-luz de uma série de preconceitos que pululam diversas regiões do planeta. E para mim, espiritualidade é despir-se desses preconceitos.

Se deixar, o vento leva!

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