Não sei em que praças andei, só sei que ao acordar diante do computador, a data chamou-me atenção. Fui xeretando e encontrei o aniversário de despedida de um genial músico: o polonês Fredéric Chopin. Quanta beleza deixou-nos. Quando me permito ao deleite de uma boa música, chego a lamentar os momentos de omissão, ou melhor, confusão de sons que deitava o ouvido. Não quero aqui apresentar homenagem póstuma. Na verdade, estou desenterrando o meu interesse pela música verdadeira. Tenho quase certeza, que em tempo não muito distante, portando trajes longos e pesados, a suavidade de suas composições levitavam-me a alma. A arte nunca me interessou tanto, apesar de nem sempre compreender o que está em tela. Ontem mesmo eu vi o filme que conta a história de vida de Jackson Pollock, o mágico das cores, que brigava com o artista aflito. Percebi as lutas internas e vejo que a ansiedade nos promove vitórias e antecipa fracassos. Também vi na telinha, os artistas do bisturi. Em nome da vaidade, muitos de nós alimenta a cultura da retaliação do corpo. São tantas peles extirpadas e tantas são as dores da recuperação. É o homem em busca da perfeição latente. Modelando o corpo porque está mais ao alcance. Somos repetidores da arte da não-criação. E vejo que destruímos para "construir". Num jardim planejado flagrei um tronco retalhado, servindo à arte humana. O "criador", mais um homem em plena confusão, destrói para criar. O tronco mesmo retalhado é perfeito, como tudo o que faz o engenheiro universal. |
Quase certeza
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