Acabo de colher um caju suculento, do galho que invadiu o meu quintal. A natureza - rompendo os limites impostos pelo homem - seguiu o seu rumo traçado pela força criadora e nos presenteou com o fruto. Como o dono do cajueiro não reclama, satisfaço a vontade, transformo o pedunculo floral num suco refrescante, que o paladar agradece e grava o sabor num incentivo olhar para os galhos que balançam passivos à velocidade do vento.
Cismo o pensar que percorre agora a memória do tempo. Vejo-me trepada num galho de uma frondosa árvore, pés balançando num trapézio que não me arriscaria hoje. O desejo de saciar a compensação da infância, nos remete a desafios, que presunçosamente nos mantem alerta para as descobertas do mundo. Eu sempre tive um interesse fundamental pelas plantas. Nem sei o nome, apenas prendo-me à emoção que me toca.
Nada mais é tão infantil e tão feliz do que saborear um fruto recém colhido. Esse beijo na natureza me faz mais amável.
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