Mundo animal

Hoje, quando me dirigia ao trabalho, vi um corpo de um cachorrinho. Desviamos, mas o pensar clicou o arquivo da memória. Vi-me chorando ao ver o último exemplo de uma cachorra pit bull, que morreu envenada. Antes do fato, havia brincado com ela, ainda filhote, espaçosa e carinhosa. Até parece, mas pit bull tratado como animal normal corresponde ao carinho.

Mel, como era chamada, foi enterrada junto ao corpo da mãe (vítima de uma doença transmitida por carrapatos) no fundo do quintal, sob plantinhas verdes, numa esperança de continuidade da vida. Diferente da gata do presidente Bush, não foi fotografada pelas lentes de repórteres ávidos, ficou na retina sua cor melaço e sua força de viver demonstrada nas apostas de corrida pela casa.



Também não mereceu nota oficial, falando da consternação. Apenas abri o choro (como todo choro deve ser aberto) silenciosamente, lágrimas rolando no prazer da dor. Chorar é isso: esquecer a imagem do riso, exprimir a pujança da saudade, tornar-se rio, jorrando a dor para fora.

A imagem é do site uol.

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