Com quem andas? Esta frase com o português no popular - com quem tu anda? - era o interrogatório materno fazendo alerta para as más companhias, aquelas que nos induzem ao mau caminho. Santa ignorância minha, o que seriam as más companhias? Aquelas garotas que usavam saias curtas, que usavam cabelos também curtos? que saiam em companhia dos namorados, colegas de escola, que pintavam as unhas? Resmungos e mais resmungos acompanharam-me por muito tempo, que geravam uma insatisfação tão grande própria de quem não alcançava o sinal amarelo da vigilância.
Após o fim do primeiro casamento, lá vem o questionar com dedo em riste para a atenção à mulher descasada, que não pode namorar porque tem filhas, as meninas precisavam de muita presença.
No trabalho, as companhias nem sempre más com as rasteiras incertas.
Nas noitadas as quais costumava chegar e sair sozinha...
Afora todas essas provocações sociais, dava-me conta das más companhias quando sozinha. Ensimesmada e por que não dizer assustada com o pensar nevoento, que arrancavam dores da alma. Não eram presenças físicas, que podem atordoar com tantas informações, mas imagens fortuitas, vozes sem endereços, e o que é pior, sem clareza.
Com quem ando, pergunto eu agora, com insistência. A vigília agora é minha!
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