Eu sempre escolhi onde morar. Moro em qualquer lugar que o pensamento e o corpo me levam. Já morei na tristeza. Larguei porque é cansativa, enfadonha, adoece.
Morei no entusiasmo também cansativo porque me forçava a correr, mas não me levava para muito longe.
Morei na incerteza. Um grupo imenso de indagações, que nem sempre eram questionamentos valiosos.
Morei no susto. Epa! aí cheguei e chego a me demorar ainda, por ser muito frenético. E, acredito, tem a ver com o meu pensar.
Morei na alegria. Comprei todas as fichas porque é muito mais vibrador e contagiante.
Morei no desespero. Quanta incredulidade, quantos becos sem saídas. Socorro! quero subir!
Morei na filosofia... ah.... aí a conversa é contínua e me entendo, por final, sábia.
Morei na psicologia. Acredite: a noia e a paranoia me auxiliam sempre.
Morei e moro na arte: esta coluna é mais bendita de todas. É um fascínio inebriante, empolgante, criativo. Aí, de verdade, é a minha morada.
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