Eu tinha um sonho: crescer nos palcos do teatro. Ser inúmeras mulheres, ter final feliz, lutar contra as indiferenças, e sobretudo, ser amada, não importando o número de amantes. Confirmar num beijo a promessa de espera para alguém que partiria; traduzir volúpia, paixão incontida com a sofreguidão do efêmero.
Ficava sempre que podia diante de um espelho e fazia caras e bocas. Desenvolvia os enrêdos que cresciam numa velocidade ímpar na mente infantil. Fui heroína sem lutas, sem ideais. Na adolescência, as primeiras descobertas feitas sem barulho, prometiam a mulher lutadora que personificava.
Também cantava, criava versos de um amor desconhecido e casava com o enlevo solitário de uma platéia inexistente. Fui artista, subi aos palcos incentivada pelos aplausos, mas sempre corria para trás das cortinas ao menor ensaio de uma vaia. E lá permaneci.
Bem diferente dos meus sonhos,Paulo Autran permanecerá nos palcos, numa outra visão, onde sua sensibilidade permitir. É apenas um tchau.
Imagem uol.com.br
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2 comentários:
Alô Fátima.
Descobri O PENSAR através do tb ótimo ANTENA PARANÓICA.
Lindo blog. Texto leve, inteligente e acima de tudo instrutivo.
Parabéns.
Se sobrar um tempinho dê uma passadinha no nosso @R@UTO DO C@RIRI.
Bela homenagem e belas recordações...
Quem foi nunca deixa de ser artista!
Abs,
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