O que mais reclamamos quando a fase adulta chega - e fica pelo tempo que nos resta por aqui na atual vivência - a infância que se foi, mesmo com a insistência nossa de mantê-la viva. Eu sei que estou grande quando tento degustar o mesmo paladar de guloseimas da época em que acreditava que ser grande seria a solução para os meus conflitos de menina. Qual o quê!
O pirulito de cana- de- açucar não é mais tão macio e o suco que escorria no canto da boa, antes visto com prazer e risos, hoje falta de educação. Problema, não? Nos meus idos anos iniciais, o que tinha de melhor eram as festas juninas. Na noite de São João podia concorrer espaço com as crianças vizinhas. Também eram as festas que me permitiam ir.
Naquelas noitadas, a sanfona era o principal instrumento e as músicas de Luiz Gonzaga o repertório farto, aceito e cantado por todos. Quanta diferença hoje. Há cerca de duas semanas, levei o meu neto Victor a uma praça próxima da nossa casa, para assistir o festejo que para mim, representaria a tradição do mês de junho. Que decepção. Chegamos depois da apresentação das quadrilhas. Em seu lugar, uma banda(?) formada por alguns jovens, que nem vestidos a caráter estavam. A voz, que dilema. Desejei fortemente que se calassem.
Nada que lembrasse os verdadeiros festejos. Entoavam algo parecido com forró. Depois, uma peça que era para ser engraçada, caso o som chegasse até nós. Incrível de ser criança, é que Victor se divertiu. Via a alegria no seu rosto. Bom, dei-me por satisfeita. Eu só queria que ele pudesse participar da tradicional comemoração.
E, é provável, que mais tarde, ele possa experimentar lembrando dessa noite e que em companhia da vovó, reteve no tempo, um momento familiar, que deu um prazer imenso, apesar do meu desagrado na distante e diferente festividade.
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