Eu não conheci Fernando Torres, mas sempre tietei (moderadamente) a sua esposa, a atriz Fernanda Montenegro. Com o anúncio da morte dele, as notícias falam do tempo de casamento dos dois: 56 anos. Cinquenta e seis aniversários de casamento, com certeza lembrados, festejados.
Quase seis décadas convivendo numa harmonia sem ser solitária. Não conheço mexericos, fugidas, coisas do cotidiano de tantos artistas que alimentam a mídia superficial.
Casal sóbrio, com uma longa história comum até na arte do palco e da vida.
E eu sempre me contextualizando. Trago para o pensar a cisma que mexe com os meus brios. Costumo dizer que sobrevivi a dois casamentos. Lorota minha! Casamento não é desastre. Os atores, nós, somos motoristas de um carro pronto para seguir caminho, com marchas presentes e que exige atenção, carinho, companheirismo.
Só que de vez em quando, como maus condutores, pegamos atalhos, erramos caminhos, queremos encurtar distância, atropelamos o outro e, quase sempre, morremos à beira de uma estrada paralela.
2 comentários:
O triste é que exemplos como o casal Torres são vistos como exceção a guerra. Senso comum é que casamento é que nem submarino: pode até flutuar mais foi feito mesmo para afundar!.
Ps. Não era pra sair exceção a guerra, mas a regra...rs mas tá valendo. Afinal o cenário conjugal é beligerante mesmo, muitas vezes...rs
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