Pode até não parecer, mas quando menina fui muito travada. Claro que disfarçava, tentando enganar-me e enganando todo mundo. Isso, porque a maioria me alcunhava de despachada. Qual nada! era travada e alienada. Por conta desse constrangimento não participei do convívio social a que muitas meninas da minha idade faziam parte.


Não vi de perto, por exemplo, a luta dos estudantes na década de 60 - e lá no íntimo até agradeço pela alienação porque não me vejo como desbravadora militante de ideais - mas, sei brigar sim pelo que acredito.


A família é o grande reduto. Nem sempre o ideal, mas que nos modela para a realidade que está para ser olhada de frente, num momento desses de discernimento que a mente humana permite.

Sobreviventes em meio a tanta turbulência, os casais que não se afinam buscam afinidades outras, na tentativa flagrante de que a vida a dois não é um paraiso róseo, mas que não deixa de prometer o pote de ouro no final do arco-íris.


Estou aqui hoje, bem família, comendo salgadinhos da festa de ontem do aniversário do meu neto de oito anos, Victor, que em breve vai mudar de casa, seguindo a mãe, que um dia dei de mamar e que espero ter alimentado também a sua boa vontade e garra.

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