Pelo verde




Nem sempre quando alimentamos uma plantinha com água e alguns adubos indicados por botânicos estamos protegendo a natureza. Estava limpando a varanda e tentando salvar a pequena palmeira de uma gulosa lagarta. Nem titubiei quando dei início à caça com vontade.




Ao sacudir com vontade as palmas, a única lagarta cai e percebo com receio que já estava iniciando ali o processo de casulo. Ainda transparente a cobertura natural, a gulosinha parecia adormecida. Peguei com certo cuidado e depositei-a ao tronco da planta. Verifiquei se não ficaria molhada com a próxima rega.




Que lição aquela! Cismo o pensar de que nem sempre estou protegendo a Natureza, mas sim excluindo alguns elementos para cuidar do objeto do interesse. Imitando a minha filha que faz curso de Ikebana, acostumei-me a ter flores em casa, num arranjo bem do meu jeito. Sempre digo para as plantinhas enquanto a tesoura faz o seu serviço de poda: Você vai ficar linda, lá no meu jarro radiando energia.




Peço perdão a muitas agressões que provoquei e que ainda provoco. No entanto, uma das manias - espero que sirva para alguma coisa- sempre adoto plantinhas jogadas nas calçadas. Fico satisfeita quando crescem o dominam o espaço.

2 comentários:

Eduardo Andrade disse...

Fátima,
Certa vez um colega me pediu para receitar um defensivo (veneno) contra pulgões brancos que estavam atacando as plantas em seu jardim.
Sugeri a ele que, em vez de inseticida, usasse jato de água da mangueira que servia para molhara as plantas ou fizesse a catação manual dos pulgões, já que se tratava de uma área pequena.
Perdi a moral como agrônomo, que sou!
Em resumo: quando falta o controle biológico, necessário ao equilíbrio das espécies, a ajuda do homem é necessária, contudo há varias formas de ajuda. As melhores são as que não agridem o meio ambiente.
Abraços natalinos,

Questão Fundamental disse...

A urbe é a principal agressão ao meio ambiente. A gente tenta resgatar para deleite dos nossos olhos miniaturas de natureza, vida que insiste em sobreviver ao meio hostil. Estranho o ser humano que destrói e depois chora, como um bebê crescido fosse.

Narcélio, a vitrine que espelha

 "Quero morrer trabalhando. Não aposentarei atividades. O rádio é a minha vida". Frases repetidas, inúmeras vezes pelo amigo Narcé...