Estava pensando o quanto é difícil resistir na alegria quando falta alimento em casa e quando não há dinheiro para o remédio. A desesperança precisa, neste caso, ser assessorada. O pensamento lateja na lembrança de vivência semelhante e fico cismando diante das promessas eleitoreiras.
Cravo a imaginação numa fila de hospital. Ninguém olha para você, de fato, nos olhos, porque - acredito - teme se condoer e tomar-lhe o pulso, pelo menos para dizer que em qualquer momento haverá uma vaga, um leito, um medicamento.
Insisto em buscar prateleiras cheias de um supermercado, dinheiro no bolso para pagar - sem chiar - o alimento da família.
Futrico o juízo para ver páginas de livros rasgadas na esperança porque o material está acima das posses nas livrarias pozudas, cheias de coloridos emprestáveis porque naquele momento, seria muito mais útil no sebo.
Aí, a revolta é a única companhia do eleitor de quem falo. E ainda vem alguém falar que voto não tem preço, tem consequências, e como! Não as nego. Mas, será que as ruas com esgoto a céu aberto vão continuar sendo imagem para se trabalhar nas letras, rebuscando saídas, que se sabe não serem exatamente a proposta do momento?
Só escrevendo em respeito ao voto. Em respeito ao eleitor.
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