A delicadeza exige de mim uma compreensão além do desprendimento animal. Sempre me flagro um pouco atenta, um pouco descuidada da forma de me ver mulher. A princípio, tudo colorido ou dolorido, porque sair do preto e branco é um aborto dramático para adolescente.
Na maturidade... ah ser madura, como é misteriosa essa passagem! Nem sempre há bilhetes suficientes para a viagem em primeira classe. Sobrevivência, palavra de ordem, que sufoca os arrepios da arrogante interpretação do que é ser ampla.
Ser delicada é uma exigência que me afeta diariamente por medo de perder a cor, as petálas das vivências e o espinho do talo da experiência. Não é uma questão de rima. As flores murcham, os espinhos, não.
A suavidade de um pensamento alegre me atrai, da mesma forma como sou arrebatada para um mergulho profundo em busca do rescaldo da dor. Não sou suave, nem violenta. Sou explosão, numa galáxia a ser descoberta ainda.
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