Na minha rua os carros passavam vez em quando e a velocidade permitia que a gente pudesse ficar com tranqüilidade nas vias, reduto das brincadeiras infantis.
O desejo frenético de ver a aliança de noiva - suspensa sobre um copo virgem, com água presa a um fio de cabelo, rezando para Santo Antonio, que decretaria com as pancadas da jóia o tempo que iria ficar solteira.
A facada na bananeira receptiva, que emprestava o seu sulco maravilhoso para desenhar na lâmina o nome do marido ansiado; as quadrilhas, que não assustavam, mas que me deixavam embevecida com o passo ritmado, do qual criança não participava.
O calor e o crepitar do fogo queimando a barra da saia no salto na fogueira, uma das peraltices consideradas artes. Depois de grande, as festas nos sítios dos amigos com direito à tapioca, pé- de – moleque, canjica, pamonha, que perdiam o privilégio da minha mesa, substituídos por um bom pedaço de churrasco acompanhado de uma gelada.
Para não me perder na origem, ainda corria para a fila do pote, de onde saía o gostoso aluá. Volto à cozinha da minha infância e me vejo guardando a boca do pote com um pano, bem amarrado com uma cordinha. Ali não poderia mexer porque o pão estava fermentando junto a rapadura e a água, além dos temperos, que menina não podia saber para não “destemperar”.
Como as superstições são ricas lembranças e como me alimentaram por muitos anos... até hoje ainda exercem fascínio, quase imperceptível, mas que dá uma saudade....
O desejo frenético de ver a aliança de noiva - suspensa sobre um copo virgem, com água presa a um fio de cabelo, rezando para Santo Antonio, que decretaria com as pancadas da jóia o tempo que iria ficar solteira.
A facada na bananeira receptiva, que emprestava o seu sulco maravilhoso para desenhar na lâmina o nome do marido ansiado; as quadrilhas, que não assustavam, mas que me deixavam embevecida com o passo ritmado, do qual criança não participava.
O calor e o crepitar do fogo queimando a barra da saia no salto na fogueira, uma das peraltices consideradas artes. Depois de grande, as festas nos sítios dos amigos com direito à tapioca, pé- de – moleque, canjica, pamonha, que perdiam o privilégio da minha mesa, substituídos por um bom pedaço de churrasco acompanhado de uma gelada.
Para não me perder na origem, ainda corria para a fila do pote, de onde saía o gostoso aluá. Volto à cozinha da minha infância e me vejo guardando a boca do pote com um pano, bem amarrado com uma cordinha. Ali não poderia mexer porque o pão estava fermentando junto a rapadura e a água, além dos temperos, que menina não podia saber para não “destemperar”.
Como as superstições são ricas lembranças e como me alimentaram por muitos anos... até hoje ainda exercem fascínio, quase imperceptível, mas que dá uma saudade....
Um comentário:
A saudade manifesta-se quando as nossas memórias se exprimem. As nossas lembranças encontram-se bem guardadas em “potes”, de bocas guardadas com um pano, bem amarrados com uma cordinhas... Sempre que abrirmos um potinho acendemos uma fogueira!
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